quarta-feira, 30 de maio de 2018

Encontro com Ivone Gebara em Belém



Nessa sexta-feira, dia 1º de junho de 2018, de 8 às 12h, na Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Belém, haverá uma roda de conversa com doutora em filosofia e teóloga feminista Ivone Gebara. O tema será "mulheres, religião e poder". Vamos lá?


Anistia Internacional lança clipe “Manifestação” comemorando aniversário do movimento e 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos


https://www.manifestacao.org/
Manifestação: escute a canção em manifestacao.org

Gravação contou com mais de trinta nomes da música brasileira, entre eles artistas como Chico Buarque, Criolo, Ludmilla e Fernanda Montenegro
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No ano que se comemoram os setenta anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o aniversário de 57 anos do movimento global Anistia Internacional, artistas brasileiros das mais diversas gerações apresentam o videoclipe “Manifestação” cuja letra trata de diversos tipos de violações de direitos humanos recorrentes no Brasil e chama a sociedade para mobilização. A produção musical é de Xuxa Levy, a letra de Carlos Rennó, e a música de Russo Passapusso, Rincon Sapiência e Xuxa Levy. O videoclipe “Manifestação” tem a direção de João Wainer e Fábio Braga. A produção executiva é de Beth Moura e o clipe foi gravado nos estúdios Na Cena, apoiador do projeto, e Gege.
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A gravação da música contou com a participação de mais de trinta artistas brasileiros: Criolo, Péricles, Rael, Rico Dalasam, Paulo Miklos, As Bahias e a Cozinha Mineira, Luedji Luna, Rincon Sapiência, Siba, Xênia França, Ellen Oléria, BNegão, Filipe Catto, Chico César, Moska, Pretinho da Serrinha, Pedro Luís, Marcelino Freire, Ana Canãs, Marcelo Jeneci, Márcia Castro, Russo Passapusso, Larissa Luz, Ludmilla e Chico Buarque. Além dos cantores, a gravação contou a participação das atrizes Camila Pitanga, Fernanda Montenegro, Letícia Sabatella e Roberta Estrela D’Alva.
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A banda é formada pelos músicos Benjamin Taubkin (piano), Os Capoeira (percussão), Siba (rabeca), Marcelo Jeneci (acordeon), Emerson Villani (violões e guitarra), Robinho (baixo), Samuel Fraga (bateria), DJ Nyack (pickups), Roberto Barreto (guitarra baiana).
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Para a diretora-executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck: “O lançamento deste clipe é um marco para lembrarmos que, mesmo após 70 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos, a mobilização para que nossos direitos sejam garantidos continua sendo crucial. A letra da música descreve graves violações de direitos humanos, como a violência que sofrem as populações negra, indígena, quilombola, LGBTI, bem como refugiados, mulheres e pessoas que vivem em favelas e periferias. No país que tem o maior número de pessoas assassinadas por ano, a cancão-protesto transmite a força e ânimo que tanto precisamos para continuar lutando.”
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Os 117 versos escritos por Carlos Rennó mostram a indignação diante dos mais de 61 mil homicídios cometidos por ano no país; do racismo que atinge de formas perversas a sociedade; o machismo e a LGBTfobia que faz com que pessoas sejam mortas, agredidas e humilhadas por sua individualidade; da falta de moradia e de outros direitos violados no cotidiano de uma parcela significativa da população brasileira.
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O compositor conta que, logo após finalizar a letra, imaginou que a sua musicalização poderia servir à campanha por direitos humanos da Anistia Internacional. Segundo Rennó, “através das 32 vozes que a gravaram, a canção busca dar voz aos silenciados, invisibilizados, excluídos, discriminados, às vítimas de preconceito, racismo e intolerância, aos violentados brasileiro citados à exaustão em “Manifestação”.
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Acesse o site Manifestação.org e assista ao clipe..

Letra da música

Manifestação

Letra de Carlos Rennó
Música de Russo Passapusso, Rincon Sapiência e Xuxa Levy
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Aqui ´stamos na avenida,
Pelas ruas, pela vida,
Marchando com o cortejo
Que flui horizontalmente,
Manifestando o desejo
De uma cidade includente
E uma nação cidadã tra-
Duzido numa canção,
Numa sentença, num mantra,
Num grito ou numa oração…
… Por todo jovem negro que é caçado
Pela polícia na periferia;
Por todo pobre criminalizado
Só por ser pobre, por pobrefobia;
Por todo povo índio que é expulso
Da sua terra por um ruralista;
Pela mulher que é vítima do impulso
Covarde e violento de um machista;
Por todo irmão do Senegal, de Angola
E lá do Congo aqui refugiado;
Pelo menor de idade sem escola,
A se formar no crime condenado;
Por todo professor da rede pública
Mal-pago e maltratado pelo Estado;
Pelo mendigo roto em cada súplica;
Por todo casal gay discriminado.
E proclamamos que não
Se exclua ninguém senão
A exclusão.
Aqui ´stamos nós de volta,
Sob o signo da revolta,
Por uma vida mais digna
E por um mundo mais justo,
Com quem já não se resigna
E se opõe sem nenhum susto
A uma classe dominante
Hostil à população,
Numa ação dignificante
Que nasce da indignação…
… Por todo homem algemado ao poste,
Tal qual seu ancestral posto no tronco;
E o jovem que protesta até que o prostre
O tiro besta de um PM bronco;
Por todo morador de rua, sem saída,
Tratado como lixo sob a ponte;
Por toda a vida que foi destruída
Em Mariana ou no Xingu, por Belo Monte;
Por toda vítima de cada enchente,
De cada seca dura e duradoura;
Por todo escravo ou seu equivalente;
Pela criança que labuta na lavoura;
Por todo pai ou mãe de santo atacada
Por quem exclui quem crê num outro deus;
Por toda mãe guerreira, abandonada,
Que cria sem o pai os filhos seus.
E proclamamos que não se exclua ninguém
Senão a Exclusão.
Eis aqui a face escrota
De um modelo que se esgota.
Policiais não defendem;
Políticos não contentam;
Uns nos agridem ou prendem;
Outros não nos representam.
E aquele que não é títere,
E é rebelde coração,
Vai no Face, no zapp e Twitter e
Combina um ato ou ação…
… Por todo defensor da natureza
E todo ambientalista ameaçado;
E cada vítima de bullying indefesa;
E cada transexual crucificado;
E cada puta, cada travesti;
E cada louco, e cada craqueiro;
E cada imigrante do Haiti;
E cada quilombola e beiradeiro;
Pelo trabalhador sem moradia,
Pelo sem-terra e pelo sem-trabalho;
Pelos que passam séculos ao dia
Em conduções que cansam pra caralho;
Pela empregada que batalha, e como,
Tal como no Sudeste o nordestino;
E a órfã sem pais hetero nem homo,
E a morta num aborto clandestino.
Impelidos pelos ventos
Dos acontecimentos,
Louvamos os mais diversos
Movimentos libertários
Numa cascata de versos
Sociais e solidários
Duma canção de protesto
Qual “Canção de Redenção”,
Uma canção-manifesto,
Canção “Manifestação”…
… Por todo ser humano ou animal
Tratado com desumanimaldade;
Por todo ser da mata ou vegetal
Que já foi abatido ou inda há-de;
Por toda pobre mãe de um inocente
Executado em noite de chacina;
Por todo preso preso injustamente,
Ou onde preso e preso se assassina;
Pelo ativista de direitos perseguido
E o policial fodido igual quem ele algema;
Pelo neguinho da favela inibido
De frequentar a praia de Ipanema;
E pelo pobre que na dor padece
De amor, de solidão ou de doença;
E as presas da opressão de toda espécie,
E todo aquele em quem ninguém mais pensa…
E proclamamos que não se exclua ninguém
Nem nada senão a Exclusão.
Dando à vida e à alma grande
Um sentido que as expande,
Cantamos em consonância
Com os que sofrem ofensa,
Violência, intolerância,
Racismo, indiferença;
As Cláudias e Marielles,
Rafaeis e Amarildos
Da imensa legião
De excluídos do Brasil, do S-
Ul ao norte da nação.
E proclamamos que não se exclua
Ninguém senão a Exclusão.

Intérpretes: Ana Cañas, As Bahias e a Cozinha Mineira (Raquel Virgínia e Assucena Assucena), BNegão, Camila Pitanga, Chico Buarque, Chico César, Criolo, Ellen Oleria, Fernanda Montenegro, Filipe Catto, Larissa Luz, Leticia Sabatella, Ludmilla, Luedji Luna, Marcelino Freire, Marcelo Jeneci, Márcia Castro, Paulinho Moska, Paulo Miklos, Pedro Luís, Péricles, Pretinho da Serrinha, Rael, Rico Dalasam, Rincon Sapiência, Roberta Estrela D´Alva, Russo Passapusso, Siba e Xênia França.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Ananindeua promove formação em ensino religioso

A Coordenação da Disciplina Ensino Religioso da Secretaria Municipal de Educação de Ananindeua (SEMED), sob articulação do professor Douglas Silva, promoveu nessa manhã o II Encontro de Formação Continuada de Professores de Ensino Religioso.
A mesa de abertura (foto acima) foi composta pelos professores/as: Miciko Assano (Diretoria de Ensino Fundamental Anos Iniciais/SEMED), Lívia Maria de Seixas (Diretoria de Ensino Fundamental Anos Finais), Douglas Silva (Coord. Disciplina Ensino Religioso), Saulo de Tarso Baptista (Docente da Graduação e da Pós-Graduação em Ciências da Religião/UEPA), Elcio Sant'Anna (Coord. da Pós-Graduação da FATEBE) e Rodrigo dos Santos (Docente de Ensino Religoso da SEDUC e SEMEC).
Conforme a programação, os objetivos da formação eram: "garantir aos docentes e núcleo gestor qualificação e atualização das práticas pedagógicas, através de e variadas metodologias, oriundas da Ciência (as) da Religião (ões), conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com vistas a propiciar aos educandos, o Ensino Religioso laico, com o acesso e o respeito à diversidade religiosa, presente no Estado Brasileiro".
As palestras foram de alto nível. O professor Saulo Baptista, doutor em Ciências da Religião, abordou o tema "Fundamentalismo: a fé do intolerante", apresentando as características de grupos e pessoas fundamentalistas e as suas potenciais ameaças para a sociedade. Já o professor Rodrigo dos Santos, doutorando em Ciências da Religião, trabalhou com o tema "Ciência da Religião aplicada no Ensino Religioso", traçando um histórico da Ciência da Religião, demonstrando sua aplicabilidade e seus diversos métodos no Ensino Religioso. O debate em torno dos assuntos foi expressivo e bem condizido pelo professor Elcio Sant'Anna.
O município de Ananindeua se destaca pela iniciativa de capacitar os/as profissionais de educação envolvidos/as com a ministração do componente curricular Ensino Religioso no Ensino Fundamental Anos Iniciais e Anos Finais. Que venham outros encontros de formação.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Marcha contra a LGBTFOBIA em Belém


CPT denuncia abuso de pistoleiros em São João do Araguaia, no Pará

No final da tarde da última sexta-feira pistoleiros fortemente armados, promoveram uma seção de violência contra um grupo de 10 famílias que estavam acampadas às margens do Rio Araguaia, no município de São João do Araguaia. Os pistoleiros estavam todos encapuzados e portavam escopetas, pistolas e revolveres. Eles chegaram ao local onde as famílias estavam acampadas em duas caminhonetes. Além dos adultos, estavam no acampamento 11 crianças, entre 3 meses e 10 anos de idade. Havia também uma mulher grávida de 3 meses.
Durante quase uma hora os trabalhadores foram vítimas de uma seção de torturas da qual nem as crianças foram dispensadas. Os adultos foram espancados a golpes de paus, facões e coronhadas. As marcas ficaram espalhadas pelos corpos dos trabalhadores. Os pistoleiros dispararam suas armas próximo do ouvido de duas crianças gêmeas de 3 meses de idade para aterrorizar sua mãe. Atiraram em redes com crianças dentro, além de derrubarem e pisotearem crianças no chão. Uma das mães que estava grávida, que também foi pisoteada, teve sangramento e pode ter sido vítima de aborto.
Após a seção de torturas, os pistoleiros colocaram fogo nos barracos dos agricultores com tudo que estava dentro. Além dos pertences, documentos pessoais de alguns dos agricultores também foram queimados. Dois trabalhadores que chegaram ao acampamento no momento da seção de terror, retornaram correndo sob tiros disparados pelo grupo armado. Todos foram obrigados a subirem na carroceria das duas caminhonetes, com a roupa do corpo, sendo abandonados na Vila Santana, localizada às margens da Rodovia Transamazônica, a cerca de 30 km do local do acampamento.
Esse grupo de sem terras, junto com outras famílias, foram despejados em janeiro desse ano da Fazenda Esperantina de propriedade da siderúrgica SIDENORTE Marabá, por ordem do juiz da Vara Agrária de Marabá. Sem ter para onde ir esse grupo de famílias decidiu acampar às margens do Rio Araguaia, a cerca de 10 km dos limites da fazenda. Mesmo longe dos limites da propriedade, os pistoleiros não deixaram de perseguir as famílias. A ordem dada pelos pistoleiros foi para que as famílias fossem para o Tocantins e não ficassem mais no Pará.
O uso de grupo de pistoleiros para fazerem despejos ilegais e torturarem trabalhadores sem terra tornou-se uma prática recorrente de fazendeiros da região. Nos últimos dois anos foram cinco ações dessa natureza. Por outro lado, não há informações se a Polícia Civil tenha investigado e responsabilizado alguém por organizar essas milícias armadas na região sudeste do Pará.

Marabá, 07 de maio de 2018.

Comissão Pastoral da Terra – CPT, diocese de Marabá.

Estudantes da UEPA escrevem por direitos humanos

Todos os anos a Anistia Internacional promove a campanha chamada Escreva por Direitos, que reúne casos emblemáticos de pessoas ao redor do mundo que tem seus direitos violados. Através de mobilização global na escrita de cartas, busca-se pressionar as autoridades e gerar solidariedade aos ativistas que estão sofrendo perseguição. No ano passado, por exemplo, foram mais de 4,6 milhões de ações feitas em defesa destas pessoas.

Numa estratégia pedagógica que alia variadas abordagens metodológicas, exercício dissertativo e intervenção na realidade, discentes da Universidade do Estado do Pará (UEPA) aderiram à campanha Escreva por Direitos. Sob a coordenação do professor Tony Vilhena, foram produzidas mais de cem cartas, dividas entre os casos indicados pela Anistia Internacional. O caso que mereceu mais atenção foi o do massacre de trabalhadores rurais na cidade paraense de Pau D'arco, em maio de 2017, quando as polícias Civil e Militar do Pará fizeram uma intervenção desastrada e covarde ao cumprir um mandado judicial numa fazenda ocupada.
Além das cartas escritas, também foi acessado o sítio eletrônico da Anistia para contribuir na campanha virtual. As cartas agora serão enviadas para seus destinatários, dentro e fora do Brasil, com os custos cobertos pelo Instituto Ramagem, parceiro da iniciativa.