O Papa Francisco e o patriarca de Constantinopla (Igreja Ortodoxa),
Bartolomeu, assinaram ontem (25) em Jerusalém uma declaração conjunta na
qual assumem compromissos comuns em causas sociais e no diálogo entre
religiões.
“Temos o dever de oferecer um testemunho comum do amor de Deus por
todas as pessoas, trabalhando em conjunto ao serviço da humanidade,
especialmente na defesa da dignidade da pessoa humana em todas as fases
da vida e da santidade da família assente no matrimónio, na promoção da
paz e do bem comum”, assinala o texto, divulgado pela Santa Sé.
Católicos e ortodoxos querem combater “a fome, a pobreza, o
analfabetismo, a distribuição desigual de recursos” para construir
juntos uma sociedade “justa e humana”.
O texto assinado por Francisco e Bartolomeu manifesta preocupações
ecológicas, reconhecendo “maus-tratos” ao planeta, “o que aos olhos de
Deus equivale a um pecado”.
“Prometemos empenhar-nos na sensibilização sobre a salvaguarda da
criação; apelamos a todas as pessoas de boa vontade para tomarem em
consideração formas de viver menos dispendiosas e mais frugais”, refere a
declaração, dividida em 10 pontos.
Os dois líderes pedem respeito pela liberdade religiosa e convidam os
cristãos a “promoverem um diálogo autêntico com o judaísmo, o islamismo e
outras tradições religiosas”.
O Papa e o patriarca de Constantinopla manifestam uma “profunda
preocupação” pela situação dos cristãos no Médio Oriente, rezando pela
paz na Terra Santa e no Médio Oriente em geral.
“Rezamos especialmente pelas Igrejas no Egipto, Síria e Iraque, que
têm sofrido mais pesadamente por causa dos eventos recentes”, acrescenta
o documento.
A iniciativa decorreu após um encontro na delegação apostólica da
Santa Sé em Jerusalém, cidade onde o Papa foi acolhido pelo presidente
da autarquia local, Nir Barkat.
A reunião ecumênica contou com a presença de dignatários ortodoxos e
católicos, incluindo o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro
Parolin, e o presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da
Unidade dos Cristãos (Santa Sé), cardeal Kurt Koch.
No final do encontro, o Papa Francisco e o patriarca Bartolomeu dirigiram-se para o Santo Sepulcro, para uma oração ecumênica.
A primeira viagem do Papa à Terra Santa evoca oficialmente o encontro
entre Paulo VI e o patriarca ecumênico Atenágoras, que teve lugar a 5 e 6
de janeiro de 1964 no Monte das Oliveiras em Jerusalém.
“O abraço trocado entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras aqui
em Jerusalém, depois de muitos séculos de silêncio, abriu a estrada para
um gesto epocal: a remoção da memória e do meio da Igreja dos atos de
recíproca excomunhão de 1054”, refere a declaração conjunta.
O texto (CLIQUE AQUI para ler) assinala
que o diálogo teológico bilateral “não procura o mínimo denominador
comum”, mas “aprofundar o próprio conhecimento da verdade total que
Cristo deu à sua Igreja”.
“Apelamos a todos os cristãos, juntamente com os crentes das
diferentes tradições religiosas e todas as pessoas de boa vontade, para
que reconheçam a urgência deste tempo que nos obriga a buscar a
reconciliação e a unidade da família humana”, referem os líderes
cristãos.
Com informações da Agência Ecclesia
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