Ato Contra a Intolerância Religiosa promovido pelo Comitê Inter-religioso do Pará, neste domingo (25 de janeiro), reuniu pessoas de diferentes religiões/crenças, atuando por uma cultura de paz. No início foi lembrado que a lei nº 11.635/2007 transformou o dia 21 de
janeiro no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data
presta homenagem à Iyalorixá (sacerdotisa afro-religiosa, também chamada de Mãe de Santo) Gildásia dos Santos e
Santos, ou Mãe Gilda, como era carinhosamente conhecida
O ato também contou com movimentos organizados que vem denunciando o "extermínio da juventude negra" no Brasil. O ato ampliou seu raio, pois, além de defender o direito à liberdade religiosa, pautou seus discursos contra o racismo, o machismo e a homofobia. Não faltaram também discursos e reflexões sobre os recentes atentados terroristas em Paris e a preocupante ascensão da violência motivada por religião no mundo.
Por fim, foi lida uma nota de repúdio elaborada pelo Comitê Inter-religioso que condena os ataques terroristas na França e Nigéria (veja abaixo).
O ato também contou com movimentos organizados que vem denunciando o "extermínio da juventude negra" no Brasil. O ato ampliou seu raio, pois, além de defender o direito à liberdade religiosa, pautou seus discursos contra o racismo, o machismo e a homofobia. Não faltaram também discursos e reflexões sobre os recentes atentados terroristas em Paris e a preocupante ascensão da violência motivada por religião no mundo.
Por fim, foi lida uma nota de repúdio elaborada pelo Comitê Inter-religioso que condena os ataques terroristas na França e Nigéria (veja abaixo).
O
Comitê Inter-religioso do Pará repudia os ataques terroristas na França e na
Nigéria.
Nada
justifica o uso de violência extrema contra um jornal resultando em várias
mortes. Combater desenhos com fuzis é desproporcional e desumano.
Na
verdade, o Charlie Hebdo faz charges virulentas contra todos (cristãos, judeus,
muçulmanos, direita e esquerda francesa).
Alguns
dizem que os cartunistas receberam o que mereciam, outros que toda ação gera
uma reação. Outros dizem que os desenhistas eram intolerantes, racistas e
preconceituosos. Nada disso justificar matar em nome de Alá ou Maomé ou de
qualquer outra religião ou espiritualidade.
Condenamos
também os ataques feitos pelo grupo Boko Haram na Nigéria. Na cidade de
Maiduguri, vinte pessoas morreram com a explosão de uma menina-bomba e na
cidade de Baga totalmente destruída após ataque, a estimativa é de 2 mil mortos
(crianças, mulheres, homens e idosos). Tanta carnificina em nome de um ideal
político e religioso.
Novamente
dizemos: Nada justifica o uso de violência extrema resultando em várias mortes
na França e na Nigéria. Por isso, o Comitê Inter-religioso do Pará repudia
estes ataques!
Reflita
e imagine por um instante, que se todos que sofreram intolerância de qualquer
tipo, preconceito, machismo, racismo, homofobia, resolvesse responder a
violência sofrida com violência, atacando e matando seus ofensores. Será que
sobraria algum ser humano vivo neste planeta?
“Toda
religião praticada segundo o espírito que a inspira tem por objetivo a
felicidade dos seres e deve ser um fator de paz” - Dalai Lama
Religião
vem de religare, religação do homem com o Divino que resulta em serviço ao Ser
Divino. Este serviço é feito com amor, paz, compreensão e respeito buscando
entender que vivemos em uma sociedade plural com diversas manifestações
religiosidades e de ideias.
“Não
existe um caminho para a Paz, a Paz é o caminho” – Gandhi
Coordenação
do Comitê Inter-religioso
Conheça aqui a Lei Contra a Intolerância Religiosa - Lei nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007.
Saiba mais!!! Por que 21 de janeiro é Dia do combate à intolerância religiosa?
Hoje vamos falar do Dia do Combate à Intolerância Religiosa, que é celebrado neste mês de janeiro. A lei nº 11.635/2007 faz do 21 de janeiro o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data presta homenagem à Iyalorixá baiana (Mãe de Santo) Gildásia dos Santos e Santos, que faleceu na mesma data, em 2000, vítima de enfarto.
Ela era hipertensa e teve um ataque cardíaco após ver sua imagem
utilizada sem autorização, em uma matéria do jornal evangélico Folha
Universal, edição 39, sob o título “Macumbeiros charlatães lesam o bolso
e a vida dos clientes”.
O texto não era menos ofensivo e agredia as tradições de matriz africana, das quais Gildásia era representante. Para a Secretária de Políticas para as Comunidades Tradicionais da SEPPIR, Silvâni Euclênio, debater intolerância não resolve o problema da negação e coisificação que recai sobre o negro, mas colabora para a abertura da discussão, a fim de garantir o direito constitucional de vivenciar livremente sua cultura.
A celebração da data é uma forma de pensar contra o racismo e em defesa da ancestralidade africana no Brasil, já que o racismo no país passa, necessariamente, pelo combate à violência contra a ancestralidade e religiosidade africana. Segundo estudos da SEPPIR, a face do racismo resvala no fato de o Brasil ter proibido aos negros a possibilidade de viverem suas tradições e culturas, desde que aportaram no país para servir como mão de obra escrava.
O que aconteceu com Gildásia mostra o desrespeito com que as religiões de matriz africana são vistas ou recebidas. Ataques de violência, depredação, calúnias são vividos cotidianamente pelos negros. Religião é cultura e cada uma possui sua forma de buscar o Sagrado. A intolerância religiosa é uma doença que, de tempos em tempos, torna-se epidêmica e precisa ser tratada e prevenida. Como? Com o cumprimento da lei pela educação.
Termino a edição de hoje com um pensamento de José Saramago, “De algo sempre haveremos de morrer, mas já se perdeu a conta dos seres humanos mortos das piores maneiras que seres humanos foram capazes de inventar. Uma delas, a mais criminosa, a mais absurda, a que mais ofende a simples razão, é aquela que, desde o princípio dos tempos e das civilizações, tem mandado matar em nome de Deus”.
Obrigada e até a próxima edição, muito axé!
FONTE: Painel Brasil TV
O texto não era menos ofensivo e agredia as tradições de matriz africana, das quais Gildásia era representante. Para a Secretária de Políticas para as Comunidades Tradicionais da SEPPIR, Silvâni Euclênio, debater intolerância não resolve o problema da negação e coisificação que recai sobre o negro, mas colabora para a abertura da discussão, a fim de garantir o direito constitucional de vivenciar livremente sua cultura.
A celebração da data é uma forma de pensar contra o racismo e em defesa da ancestralidade africana no Brasil, já que o racismo no país passa, necessariamente, pelo combate à violência contra a ancestralidade e religiosidade africana. Segundo estudos da SEPPIR, a face do racismo resvala no fato de o Brasil ter proibido aos negros a possibilidade de viverem suas tradições e culturas, desde que aportaram no país para servir como mão de obra escrava.
O que aconteceu com Gildásia mostra o desrespeito com que as religiões de matriz africana são vistas ou recebidas. Ataques de violência, depredação, calúnias são vividos cotidianamente pelos negros. Religião é cultura e cada uma possui sua forma de buscar o Sagrado. A intolerância religiosa é uma doença que, de tempos em tempos, torna-se epidêmica e precisa ser tratada e prevenida. Como? Com o cumprimento da lei pela educação.
Termino a edição de hoje com um pensamento de José Saramago, “De algo sempre haveremos de morrer, mas já se perdeu a conta dos seres humanos mortos das piores maneiras que seres humanos foram capazes de inventar. Uma delas, a mais criminosa, a mais absurda, a que mais ofende a simples razão, é aquela que, desde o princípio dos tempos e das civilizações, tem mandado matar em nome de Deus”.
Obrigada e até a próxima edição, muito axé!
FONTE: Painel Brasil TV
Nenhum comentário:
Postar um comentário