A
violência aumenta a cada dia em nossa sociedade, geradora de uma
série de consequências na vida de pessoas e seus familiares. Tal
situação afeta diretamente o seio familiar influenciando na questão
educacional dos filhos. As fronteiras da violência no tempo e no
espaço se tornam difíceis de serem definidas. É por isso que,
muitas vezes, a violência pode ser confundida com agressão e
indisciplina, quando se manifesta na esfera escolar. A violência no
ambiente escolar têm um tipo identificado como bullying sendo um dos
comportamentos agressivos observados atualmente no ambiente escolar.
Para Constatini (2004) o bullying “é um comportamento ligado à
agressão verbal, física ou psicológica que pode ser efetuada tanto
individual quanto grupalmente”. O bullying é um comportamento
próprio das relações interpessoais, em que os mais fortes
convertem os mais frágeis em objetos de diversão e prazer através
de “brincadeiras” que disfarçam o propósito de maltratar e
intimidar.
Bullying
é uma palavra de origem inglesa, que foi adotada por diversos países
para conceituar alguns comportamentos agressivos e anti-sociais e é
um termo muito utilizado nos estudos realizados sobre a problemática
da violência escolar, que afirma Fante (2005, p. 21), acontece de
forma velada, por “meio de um conjunto de comportamentos cruéis,
intimidadores e repetitivos, prolongadamente contra uma mesma vítima”
e com grande poder destrutivo, pois fere a “área mais
preciosa,íntima e inviolável do ser- a alma”.
De
acordo com as autores Abramovay e rua (2003) a violência escolar é
um fenômeno antigo em todo problema social podendo ocorrer, conforme
já classificado pela ciência e adotado pelo senso comum, como
indisciplina, delinqüência, problemas de relação professor-aluno
ou mesmo aluno-aluno.
É
um fenômeno devastador, podendo vir a afetar a autoestima e a saúde
mental dos adolescentes, assim como desencadear problemas como
anorexia, bulimia, depressão, ansiedade e até mesmo o suicídio.
Muitas crianças vitimas do bullying desenvolvem medo, pânico,
depressão, distúrbios psicossomáticos e geralmente evitam voltar a
escola quando esta nada faz em defesa da vitima.
Para Chalita (2004, p. 17) em relação a família afirma que para “a
educação informal nenhuma célula social melhor do que a família.
É nela que se forma o caráter. A família tem a responsabilidade de
formar o caráter,
Minayo
(1999) afirma que:
A
família é uma organização social complexa, um microcosmo da
sociedade, onde ao mesmo tempo se vivem as relações primárias e se
constroem os processos identificatórios. É também um espaço em
que se definem papéis sociais de gênero, cultura de classe e se
reproduzem as bases de poder (p. 83)
É
neste sentido que Mussen (1974 apud Fante e Pedra, 2008, p. 93) destaca que:
Se
os pais permitem ou reforçam abertamente a agressão, é possível
que as crianças se comportem agressivamente em casa e, por
generalização, em outros lugares em que sintam ser a agressão
permitida, esperada ou encorajada. A presença de um adulto
permissivo favorece a expressão do comportamento agressivo.
Pereira
(2009, p. 53) considera que a família ideal seria “aquela que
predominasse o amor, o carinho, a afeição e o respeito. Mas nem
sempre isso acontece. Nesses casos, muitas crianças e jovens se
desvirtuam e passam a reproduzir o que aprendem com seus familiares”.
Os
pais (famílias) precisam ter mais participação no ambiente
escolar, que sejam próximos de seus filhos para abordarem e serem
capazes de identificar esse processo de bullying. No tocante as
alternativas de enfrentamento ao bullying escolar, Pereira (2009) que
o primeiro passo é que a comunidade escolar tome consciência da
existência e comece a buscar métodos para eliminá-lo. Guareschi e Silva (2008) relatam que uma das alternativas para o enfrentamento da
violência ou do fenômeno bullying é a informação e a formação
dos alunos para um despertar para a cidadania. Desse modo é preciso
avançar neste propósito, pois não adianta a escolar propor terapia
aos alunos vitimizados se não se dispõe também um programa de
prevenção a este tipo de violência.
O
papel da escola, da família e da comunidade, onde se inserem
crianças e adolescentes, tem papel fundamental na contribuição da
descoberta do sujeito, isso também se faz necessário para que se
possa conhecer quem está ao seu lado, dessa forma compreendendo e
respeitando as diferenças, atitudes e reações do outro (Fante e Pedra, 2008). Na escola, portanto,
É
necessário valorizar os trabalhadores da educação, apoiar e
incentivar a formação continuada, estimular práticas pedagógicas
compromissadas com a desestruturação dos bloqueios culturais,
promover a interdisciplinaridade, a consolidação dos direitos
humanos e a transformação efetiva da sociedade e, no que tange à
comunidade escolar, viabilizar o acesso a informações sobre a
temática violência escolar e bullying, estimular o diálogo, o
respeito à criança e o adolescente e aos seus direitos.
Nas
afirmativas de Fante (2008, p. 02) “as ferramentas mais eficazes
para ensinar regras de convivência saudável aos filhos são o afeto
incondicional, o diálogo e as atividades educativas, como jogos
esportivos, aulas de arte e ações solidárias”, ou seja, a
família deve investir nas crianças e jovens valores de respeito ao
próximo e não violência.
Texto de Aline Do Socorro Ramos Fortes
Psicóloga
Texto de Aline Do Socorro Ramos Fortes
Psicóloga
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