A publicação registra um amplo estudo sobre as eleições 2014,
estabelecendo como eixo as candidaturas de Pastor Everaldo (PSC) a
presidente, além de Marcelo Crivella (PRB) e Anthony Garotinho (PP) a
governador do Rio de Janeiro. O estudo foi desenvolvido pelo Instituto
de Estudos da Religião (ISER) em parceria com a Fundação Heinrich Böll
(HBS). O objetivo principal da pesquisa é detectar quais são os projetos
políticos estabelecidos, especialmente, por determinados agrupamentos
religiosos evangélicos.
O livro teve, como autores, os pesquisadores Christina Vital, Paulo
Victor Leite Lopes e Janayna Lui. A publicação é uma espécie de
continuidade de uma obra anterior desenvolvida pelas mesmas
organizações, de nome “Religião e Política. Uma análise da atuação de
parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e de LGBTs no
Brasil”. Registra, também, dois artigos de Magali do Nascimento Cunha e
Tatiane dos Santos Duarte.
O trabalho dos autores
Nesta publicação, os autores procuraram analisar a primeira candidatura confessional evangélica à Presidência da República, a do Pastor Everaldo (PSC). Para eles, esta candidatura seria um marco na relação dos evangélicos com a política. Até pouco tempo, algumas lideranças evangélicas apresentavam como estratégia a manutenção de sua força nos legislativos estaduais e federal. Demonstravam limites quanto à possibilidade de concorrer a eleições majoritárias. Em 2014, esse cenário teria se modificado, provocando especulações, apostas e temores.
Nesta publicação, os autores procuraram analisar a primeira candidatura confessional evangélica à Presidência da República, a do Pastor Everaldo (PSC). Para eles, esta candidatura seria um marco na relação dos evangélicos com a política. Até pouco tempo, algumas lideranças evangélicas apresentavam como estratégia a manutenção de sua força nos legislativos estaduais e federal. Demonstravam limites quanto à possibilidade de concorrer a eleições majoritárias. Em 2014, esse cenário teria se modificado, provocando especulações, apostas e temores.
Na obra, os autores discutem também duas candidaturas ao governo do
estado do Rio de Janeiro, as de Anthony Garotinho (PR) e Marcelo
Crivella (PRB). Nesses casos, eles consideram que, embora não se
tratassem de candidaturas estritamente confessionais, o elemento
religioso teria sido central na disputa. Pelos adversários destes
candidatos, a identidade religiosa teria sido usada para amplificar o
medo em relação a algumas candidaturas “acusadas” de evangélicas e
sectárias. E pelos candidatos, ela teria sido usada para conquistar
apoio de personalidades do segmento religioso. Ao longo da publicação,
buscou-se analisar diferentes estratégias de poder utilizadas nessas
campanhas, e identificar como elas visavam afetar a vida cotidiana de
religiosos e não religiosos no Brasil.
Quais foram as alianças feitas em torno dessas candidaturas, e com
que perfil? Quais foram os temas-chave e o núcleo central do programa de
governo desses candidatos? Quais as bases de apoio e mobilização que se
formaram em torno dessas candidaturas? Estas são apenas algumas
perguntas que a investigação tentou responder.
A campanha do Pastor Everaldo enfatizava, segundo a avaliação dos
autores, um governo não só para os evangélicos, mas para todos, uma vez
que defendia a família e a vida. Para eles, o discurso de Everaldo
podia, às vezes, ter bases bíblicas, mas era predominantemente marcada
por valores tradicionais. O pastor parecia afirmar, assim, a força, a
naturalização, a legitimação de um modelo, de uma ordem social que não
deveria ser vista como religiosa, mas sim como tradicional.
No Rio de Janeiro, as zonas cinzentas seriam ainda mais comuns, na
opinião dos autores. Marcelo Crivella parecia sublinhar sua condição de
bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus. Afirmava que não
queria saber de religião, e que não a privilegiava sobre as questões
sociais. Segundo ele, eram seus interlocutores que não paravam de falar
de religião. Por outro lado, para os evangélicos que se aproximavam dele
nas ruas em campanha, pedia: “orem por mim”. Com Garotinho, os
questionamentos públicos giravam em torno de uma dupla desconfiança:
moral e administrativa – dado o seu envolvimento em escândalos de
corrupção no estado – e exclusivista religiosa – pelo seu pertencimento a
uma igreja protestante.
Neste livro, portanto, os autores têm como objetivo recuperar
detalhes das eleições 2014 a fim de refletir sobre comportamentos
públicos de evangélicos no Brasil hoje – ações extremistas,
conservadoras e progressistas; seu lugar como ator político, de
“ovelhas” a players; e o lugar relativo que a religião e a tradição
ocupam no debate público. Buscou-se olhar a eleição à luz das questões
que tomaram a agenda pública desde a reeleição de Dilma Rousseff à
Presidência da República e a culminância que tal processo atingiu com
seu afastamento do cargo em maio de 2016. Desse modo, procurou-se
refletir sobre o contexto tão turbulento e complexo que se desenrolou
das eleições até o período mais recente.
Sumário:
Apresentação…………………………………………………………………….. 5
Introdução…………………………………………………………………………. 7
Atordoamento e religião nas eleições 2014
Atordoamento e religião nas eleições 2014
Capítulo 1………………………………………………………………………….17
Um pastor candidato: a primeira candidatura
confessional evangélica à Presidência do Brasil
1.1 Mas quem é Pastor Everaldo?……………………………………….18
1.2 Pastor Everaldo contra Dilma Rousseff ………………………….26
1.3 A campanha nas igrejas, nas rádios e na televisão…………..37
1.4 Os apoios à candidatura………………………………………………..40
Um pastor candidato: a primeira candidatura
confessional evangélica à Presidência do Brasil
1.1 Mas quem é Pastor Everaldo?……………………………………….18
1.2 Pastor Everaldo contra Dilma Rousseff ………………………….26
1.3 A campanha nas igrejas, nas rádios e na televisão…………..37
1.4 Os apoios à candidatura………………………………………………..40
Capítulo 2………………………………………………………………………….47
Estratégias de poder e a apresentação de um perfil liberal
conservador religioso
2.1 Desafios da campanha……………………………………………………………………………….61
2.2 Fim da campanha e o “novo lugar dos evangélicos”…………………………………….70
2.3 Pastor Everaldo e o voto evangélico no segundo turno das Eleições 2014…….72
Estratégias de poder e a apresentação de um perfil liberal
conservador religioso
2.1 Desafios da campanha……………………………………………………………………………….61
2.2 Fim da campanha e o “novo lugar dos evangélicos”…………………………………….70
2.3 Pastor Everaldo e o voto evangélico no segundo turno das Eleições 2014…….72
Capítulo 3……………………………………………………………………….. 77
Agenciamentos em torno do religioso: a eleição
para governador do Rio de Janeiro em 2014
3.1 Os candidatos, os partidos e as campanhas………………………………………..78
3.2 Os candidatos e os seus pertencimentos…………………………………………….89
3.3 Segundo turno: a recomposição de forças e o embate com a IURD………99
3.4 Sobre definições e jogos de acusação nas eleições no Rio de Janeiro… 108
Agenciamentos em torno do religioso: a eleição
para governador do Rio de Janeiro em 2014
3.1 Os candidatos, os partidos e as campanhas………………………………………..78
3.2 Os candidatos e os seus pertencimentos…………………………………………….89
3.3 Segundo turno: a recomposição de forças e o embate com a IURD………99
3.4 Sobre definições e jogos de acusação nas eleições no Rio de Janeiro… 108
Capítulo 4………………………………………………………………………… 111
Conclusão: Reavaliando categorias sociais – como pensar os evangélicos
na sociedade e na política no Brasil contemporâneo
4.1 Ações extremistas……………………………………………….. 114
4.2 Ações conservadoras……………………………………………. 119
4.3 Ações progressistas……………………………………………… 121
4.4 Evangélicos como players…………………………………….. 126
4.5 Do liberal ao liberal conservador religioso…………….. 128
Conclusão: Reavaliando categorias sociais – como pensar os evangélicos
na sociedade e na política no Brasil contemporâneo
4.1 Ações extremistas……………………………………………….. 114
4.2 Ações conservadoras……………………………………………. 119
4.3 Ações progressistas……………………………………………… 121
4.4 Evangélicos como players…………………………………….. 126
4.5 Do liberal ao liberal conservador religioso…………….. 128
Referências Bibliográficas………………………………………….. 135
Anexos
Anexo 1: Carta de Robson Rodovalho:
“Antes pedintes, hoje negociadores”………………………….. 144
Anexo 1: Carta de Robson Rodovalho:
“Antes pedintes, hoje negociadores”………………………….. 144
Anexo 2: Entrevista com Silas Malafaia………………………. 146
Anexo 3: Manifesto de evangélicos contra a posição da Frente
Parlamentar Evangélica sobre a Política Nacional
de Participação Social (PNPS)……………………………………… 149
Anexo 4: Integrantes da Frente Parlamentar Evangélica
no Congresso Nacional……………………………………………….. 153
Parlamentar Evangélica sobre a Política Nacional
de Participação Social (PNPS)……………………………………… 149
Anexo 4: Integrantes da Frente Parlamentar Evangélica
no Congresso Nacional……………………………………………….. 153
Sessão Extra………………………………………………………………. 156
Religião, direitos e liberdades
laicas no Brasil contemporâneo
Religião, direitos e liberdades
laicas no Brasil contemporâneo
“É preciso salvar a família”:………………………………………… 157
gênero, religião e política no contexto do
neoconservadorismo evangélico nas mídias no Brasil
Magali do Nascimento Cunha
gênero, religião e política no contexto do
neoconservadorismo evangélico nas mídias no Brasil
Magali do Nascimento Cunha
A militância política de grupos ecumênicos
na construção da democracia brasileira………………………. 170
Tatiane Duarte
Tatiane Duarte
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Fonte: ISER
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