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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Programa de rádio debate sobre crises climáticas

No próximo sábado, dia 02 de novembro, a partir das 11h30, o programa Papo de Crente debaterá sobre os efeitos da crise climática no mundo.
O que as religiões dizem sobre a defesa do meio ambiente?
Pessoas de fé podem ter um chamado mais efetivo para atuar nos direitos ambientais?
A apresentação será do cientista social Tony Vilhena com a participação da cientista da religião Giovana Ferreira-Vilhena.
Ouça o programa e participe ao vivo pelas redes sociais da Rádio Amazônia Viva FM e do programa Papo de Crente.
O link da rádio ao vivo.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Conheça o livro "Religiões e a natureza"

O livro foi produzido a partir de um curso de extensão que congregou o diálogo entre dezoito lideranças religiosas do Brasil.
Cada encontro, mediado pelos coletivos parceiros, contou com um painel composto por diferentes líderes, que expuseram, a partir de suas perspectivas espirituais, qual o lugar da natureza e como a ela o ser humano se conecta em tais práticas religiosas. Assim, pudemos aprender com as Religiões Tradicionais, as Religiões Orientais, as Religiões Proféticas e os Novos Movimentos Espirituais.
A iniciativa é do Observatório Transdisciplinar das Religiões no Recife e da Cátedra Laudato Si, ambos da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), com apoio do IHU UNICAP, Observatório de Justiça Socioambiental dos jesuítas (OLMA), do Grupo de Pesquisa Desenvolvimento Seguro e Sustentável da UPE e do Fórum Diálogos da Diversidade Religiosa de Pernambuco.
Baixe o livro clicando no link abaixo:

Com informações da Unicap.

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Evento internacional em Belém debaterá sobre religião e política na atualidade

CONGRESSO INTERNACIONAL: A TEOLOGIA DO DOMÍNIO E SEU PROJETO POLÍTICO

Formato: Híbrido
Data: 03 a 05 de dezembro de 2024
Organização: Grupo de Pesquisa Movimentos, Instituições e Culturas Evangélicas na Amazônia (MICEA/UEPA)
Local: Universidade do Estado do Pará UEPA) / Campus I - Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE)
Endereço: Tv. Djalma Dutra, s/n, Telégrafo, Belém/PA.

Nas mais recentes falas e considerações sobre o que está acontecendo no Brasil, surgiu uma classificação com aparência de novo: a Teologia do Domínio (TD).

O debate tem sido levantado tanto por religiosos, como cientistas da religião, sociólogos, filósofos, historiadores etc. Essa classificação emerge de um contexto de ebulição político-religiosa ascendente. Se a relação entre religião e política não é nova, é possível dizer que existem outras configurações, recomposições, rearranjos que chamam atenção para velhas estruturas e ressignificações destas, assim como de algo que jamais havia sido percebido por pesquisadores(as) de diferentes áreas. 

Com intuito de compreender o presente sem sonegar o passado, propomos um congresso, que à luz de mais uma eleição (2024) e outros acontecimentos recentes, traz repetições e atualizações sobre um tema que jamais perderá o status de relevância na sociedade. 

Nosso objetivo é pensar e propor reflexões que beneficiem a universidade e a sociedade para um melhor entendimento do presente.

(Com informações da organização)

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Participe da eleição do Consep

*A Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos* vem por meio deste convidar a militância, amigos/as, parceiros/as e Defensores/ss de Direitos, a se habilitarem para as eleições de Conselheiros/ss Representantes da Sociedade Civil no Conselho Estadual de Segurança Pública do Pará- CONSEP - 2024.

Segue o link para as pessoas fazerem o cadastro para votação.

 *Inscrições:* 
Início: 10/10/2024 às 00:00
Fim: 31/10/2024 às 23:59

 *Votação:*
Início: 05/11/2024 às 08:00
Fim: 08/11/2024 às 12:00

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Chamamento público para artistas de terreiro para a IX Exposição do Nós de Aruanda

Este ano, o circuito ocorrerá nos meses de novembro e dezembro entre os bairros da Terra Firme e a Ilha de Caratateua (Outeiro), Belém PA.

O tema desta edição é: "Yemanjá, dona de todas as cabeças trânsitos marítimos de África à Ilha do Outeiro", ou seja, os trabalhos devem homenagear a Grande Rainha do Mar.

A linguagem artística é livre e vai desde artes cênicas, performances, pinturas, fotografias, danças, audiovisual, artesanato, colagens, costura, vestimenta da indumentária, etc.

Atenção: O evento é exclusivo para artistas de terreiro (povos tradicionais de matrizes africanas seja Umbanda, Candomblé, Tambor de Mina, Pena Maraca, Terecô, Jurema Sagrada, etc), sobretudo da região Norte e Nordeste do Brasil, desde que executem em seus trabalhos o sagrado e as espiritualidades afro-brasileiras, ameríndias e afro-diaspóricas.

Inscreva-se até o dia 31 de outubro de 2024 no link abaixo:

https://forms.gle/hcwnrfn31uam398p6

Saiba mais no Instagram: https://www.instagram.com/nosdearuandapa/


Convite: II Encontro Nacional do Evangélicxs Pela Diversidade

Em 2016, o Rio de Janeiro testemunhou um marco histórico: o I Encontro Nacional do Evangélicxs Pela Diversidade. Agora, em 2024, a chama da fé da afirmação e celebração se reacende em São Paulo!

Dia 02 de Novembro, a Igreja da Vila abrirá suas portas para acolher a segunda edição deste encontro transformador. Será um dia inteiro de celebração, aprendizado e comunhão, culminando em um grande culto que unirá vozes em louvor à diversidade divina.

Convidamos você, membro da comunidade LGBTQIA+ e aliados, a se juntar a nós nesta jornada de fé e resistência. Reafirmaremos que o amor de Deus não conhece limites e que a Igreja é um espaço para todas as pessoas.

Acesse este link para mais informações! 

II Encontro Nacional do Evangélicxs Pela DiversidadeData: 02 de Novembro

Local: Igreja da Vila, São Paulo

Rua Francisco Cruz, 43, Vila Mariana. São Paulo/SP.

Programação

02/11 - SÁBADO

08:00 - Credenciamento

09:30 - Abertura

10:00 - Roda de conversa: Análise de conjuntura

11:30 - Devocional + Louvor e Adoração

12:30: ALMOÇO (Não ofereceremos almoço, existem algumas opções pela região)

14:00 - Estudo Bíblico em Pequenos Grupos: Como construir uma teologia e fé que luta socialmente?

15:00 - Foto Oficial 

15:05 - Louvor & Adoração

15:35 - Roda de conversas: O papel dos Aliados na construção de uma igreja que celebra as identidades LGBTI

16:15 - Parentalidade LGBTI: O sofrimento de pais e mães evangélicos

17:00 - Bate papo: Qual o espaço pentecostal no campo progressista?

18:00 - Foto Oficial 2 

18:05 - Intervalo

18:30 - Culto de Encerramento com Ordenação Ministerial e Celebração da Santa Ceia

#EvangélicxsPelaDiversidade

Instagram: https://www.instagram.com/evangelicxs_/

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

EpistemolORGIA de Tertuliana: a ciência abunda.

Por Tony Vilhena - Cientista Político
No dia 17 de outubro, a historiadora Tertuliana Lustosa causou polêmica numa apresentação acadêmica-performática. A pesquisadora, que também é mestranda, travesti e cantora da banda "A Travestis", entoou sua música enquanto subia na cadeira para realizar uma dança erótica de demonstração dos glúteos. Uma manifestação artística, política e científica. Sim, científica, sim!
Isso aconteceu na Mesa-Redonda "Dissidências de gênero e sexualidades", que integrava a programação do evento "Gênero para além das fronteiras: tendências contemporâneas na América Latina e no Sul Global", organizado pelo Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política (GAEP), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em São Luís/MA.
Diante da polarização política que vivemos, a extrema direita se sentiu municiada na sua estratégia de gerar estranhamentos com as instituições de produção autônoma de conhecimento para repercutir seu ideário negacionista. Logo, correu para para fazer seu alarmismo moralista peculiar, acusando o ambiente acadêmico das universidades brasileiras de favorecimento à balbúrdia com recursos públicos.
Porém, o que causou espanto foi o alinhamento que obteve de setores que se autointitulam de progressistas ou de esquerda. Pois, diferente da possibilidade de crítica ou discordância ao ato, quem sabe até cobrando sensatez, observamos diversas pessoas que são professoras e pós-graduandas com uma postura acusatória e condenatória da performance.
O "traveco-terrorismo", como a própria Lustosa apresenta em sua obra, desestabiliza a frieza comodista de boa parte da academia, acostumada em produzir páginas e páginas para decorar estantes intocadas. "O corpo como arma. A palavra como gatilho" (LUSTOSA, 2016, p. 407). Talvez, para seus críticos, melhor seria se "aquela bicha", "aquela travesti" fizesse seu rebolado na penumbra da madrugada de qualquer esquina onde se prostituísse, não no espaço de respeitabilidade de uma sala de aula universitária.

EpistemolORGIA?
A EpistemolORGIA que falamos tem a ver com grau de desordem no cenário contemporâneo. Visto que, foram retiradas as pomposas vestimentas das ciências modernas, enquanto as roupas do novo paradigma ainda estão sendo costuradas, assim se viram nus no salão, estabelecendo uma relação de tesão e tensão festiva, de intercruzamento e interpenetração (VILHENA, 2023, n.p.).
Num clima universitário tão "Lattesísta", onde a busca por produtividade se aproxima mais de ser um fim em si mesmo, por delírio, escândalo ou exibicionismo, Lustosa se deleitou, abundou na provocação e gerou dinâmicas propositivas de explicação do mundo incondizentes com a normatividade litúrgica, comportamental e da linguagem tecnocrata da academia.
No contexto, provocar é necessário para expressar que um grupo ou indivíduo não bem-vindo rompeu os obstáculos que antes tornavam as universidades inacessíveis e lá quer ser manter, produzir conhecimentos sobre seus "corres", sua "quebrada", sobre si como sujeito, não mais como objeto. 
Isso incomoda porque foi estabelecido um acordo tácito entre as ciências modernas e os interesses das classes dominantes, que legitimavam o certo, o normal, o civilizado. Entretanto, hoje, precisamos afrontar esse acordo num levante de uma nova perspectiva de produção científica, um novo paradigma, que observe a busca de garantia de audição das vozes que foram silenciadas e ignoradas na história: tudo aquilo que foi e é taxado como marginal. Esse novo paradigma deve levar em consideração o cientificismo e seu reducionismo diante de um novo mundo complexo, dinâmico e multifacetado.
Todavia, a transição de uma fase para a outra é gradual e com extensa margem de intersecção entre os dois olhares de fazer científico. Vivemos num ecótono, emprestando aqui um termo das ciências naturais para designar o espaço de transição no meio ambiente onde há presença de ecossistemas diferentes, ou seja, estamos nessa transição e, por isso, podemos nos deparar com metodologias mais clássicas junto com as mais inovadoras. Esse encontro, essa mistura, contato das ciências modernas clássicas, com seus instrumentos consagrados para os procedimentos lineares, fragmentados e objetivistas, e um novo paradigma, que propõe abordagens holísticas, correlacionando estatísticas com os problemas sociais e uma profusão de novas técnicas para satisfazer a preocupação de incluir a diversidade humana na gestão da investigação, integra o ser humano de volta à natureza, forma um caleidoscópio analítico para compreensão dos fenômenos. Esse encontro de visões é importante porque a interação produz complementaridade. Essa complementaridade entre paradigmas de ciência, moderna e contemporânea, classificamos como EpistemolORGIA.
Pode aparentar ser um caos antiparadigmático, o que pode soar como anticientífico, contudo, não passa de uma flexibilização, de uma humanização. Até porque, atualmente, a inteligência artificial (IA) já pode fazer um pré-projeto de qualquer assunto imaginável dentro dos padrões usuais da academia, mas somente uma pessoa humana pode desenvolver um pré-projeto com nuances, criatividade, preocupação ética, dimensão estética e comprometimento com os resultados. 
Tertuliana Lustosa contribui para o renovo das práticas de investigação científica, transitando das ciências modernas para a pós-modernidade, admitida aqui uma profusão de técnicas que garantem molejos, vozes e visões dissonantes das produzidas pelas elites intelectuais e econômicas. Ou seja, coopera para o que denominamos de epistemolORGIA, reconhecendo a diversidade cultural e a necessidade de um posicionamento ético, estético e classista contrário ao modelo hegemônico de sociedade que temos que privilegia os mesmos de sempre (homens, cisgêneros, brancos, burgueses, sem deficiência, cristãos, etc.). Pois, como denúncia, consideramos que o seu corpo fala e não se dobra ao poder político, pelo contrário, disputa-o; não se adapta aos interesses do padrão, corrompe-o; não satisfaz a moral conservadora, incomoda-a. Seu corpo e seu tudo (ame)açam os que se acham donos das verdades em tempos de extremismos e incertezas.

REFERÊNCIAS


LUSTOSA, Tertuliana. Manifesto Traveco-Terrorista. Concinnitas, ano 17, v. 01, n. 28, p. 384-409, set. 2016. Disponível em <https://www.premiopipa.com/wp-content/uploads/2019/03/Manifesto-traveco-terrorista.pdf>. Acesso em 22 out. 2024.

VILHENA, Tony. Epistemolo(r)gia para “amar e mudar as coisas”. Instituto Ramagem, 2023. Disponível em: <https://institutoramagem.blogspot.com/2023/09/epistemolorgia-para-amar-e-mudar-as.html>. Acesso em: 22 out. 2024.