Uma forma de preservar as tradições,
idiomas, conhecimentos e valores dos primeiros negros africanos
escravizados trazidos para o Brasil, as religiões de matriz africana
foram incorporadas à cultura brasileira e se tornaram uma importante
característica da identidade nacional. Entretanto, o racismo ainda tenta
impedir o culto à ancestralidade negra tornando seus adeptos vítimas
recorrentes do preconceito e da intolerância.
Visando coibir outras atitudes
discriminatórias e, como um ato em homenagem a Mãe Gilda, símbolo de um
dos casos mais marcantes de preconceito religioso no país, em 2007 foi
sancionada a Lei nº 11.635 que faz do 21 de janeiro o Dia Nacional de
Combate à Intolerância Religiosa. A data, que é celebrada por todos os
praticantes das religiões de matriz africana, serve ainda como reflexão e
motivação na busca pela liberdade do culto religioso e combate ao
racismo.
O limite da intolerância
– Em outubro de 1999 o Brasil testemunhou um dos casos mais drásticos
de preconceito contra os religiosos de matriz africana. O jornal Folha
Universal estampou em sua capa uma foto da Iyalorixá Gildásia dos Santos
e Santos – a Mãe Gilda – trajada com roupas de sacerdotisa para
ilustrar uma matéria cujo título era: “Macumbeiros
charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. A casa da Mãe Gilda
foi invadida, seu marido foi agredido verbal e fisicamente, e seu
Terreiro foi depredado por evangélicos. Mãe Gilda não suportou os
ataques e, após enfartar, faleceu no dia 21 de janeiro de 2000.
Confira o que outras líderes religiosas falam sobre intolerância religiosa:
Mãe Stella - Mãe Stella
de Oxóssi, Ialorixá do terreiro Ilê Axé Opó Afonjá, fundado em 1910 em
São Gonçalo do Retiro-BA, afirma que sua luta é, e sempre será, pela
igualdade de direitos: “Sigo esforçando-me para que a religião trazida
pelo povo africano ao Brasil seja devidamente respeitada”.
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