Diante do crescimento do número de relatos de violência motivadas por questão de fé e crença e a necessidade de monitoramento e afrentamento adequado a este fenômeno, a Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA) criou a Comissão Parlamentar de Liberdade Religiosa.
A primeira tarefa emergente desta Comissão foi promover na noite do dia 09 de agosto o I Encontro de Liberdade Religiosa, ocorrido no Auditório João Batista, na ALEPA. Coube ao presidente da Comissão, Dr. Jaques Neves, a coordenação dos trabalhos que contou com a participação de representações religiosas, parlamentares, autoridades e movimentos de cultura de paz.
Na mesa de abertura os pronunciamentos foram do Dr. Fabio Nascimento, do Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa (CNRDR) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)/SP; Dra. Maria Aparecida Varanda, Conselheira da OAB-PA, Dr. Emerson Junior, presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB-PA; Fabrício Gama, vereador de Belém; Mametu Nangetu, coordenadora Geral do Comitê Inter-religioso/PA; Tata Kinamboji, dos Povos Tradicionais de Terreiro, Tony Vilhena, coordenador do Instituto Ramagem e Moustafá Assem, da Associação Islâmica de Belém.
Segundo Dr. Jaques, com esta iniciativa, o parlamento paraense demonstra sua preocupação com a preservação do direito de manifestação de todas as religiões. Seu gabinete disponibiliza uma advogada para orientação e acolhimento de pessoas que se sentirem ofendidas no seu direito de culto. Outra contribuição importante na defesa à liberdade religiosa é a comissão específica da OAB paraense, também comprometida em receber vítimas de intolerância para as devidas providências.

Em abril de 2017, o Conselho Estadual de Segurança Pública do Pará (Consep) precisou instalar por Decreto e pressão popular um Grupo de Trabalho para acompanhar as investigações de casos de assassinatos e atos violentos cometidos contra integrantes de religião de matriz africana. Já em maio, um relatório relativo à intolerância sofrida pelos povos de matriz africana foi apresentado pela Comissão de Direitos Humanos e Direitos do Consumidor da ALEPA, apontando para o racismo religioso que há na sociedade e no Poder Público.
Ficou a expectativa de novos encontros e reuniões para tratar de casos de intolerância religiosa no estado. E foi pré-agendado para o dia 22 de janeiro de 2018 uma solenidade especial pelo Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro, conforme a Lei Federal nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007. Este dia A data ficou marcada pelo falecimento da Iyalorixá Mãe Gilda, do terreiro Axé Abassá de Ogum (BA), que lutou o quanto pode para resistir aos vários ataques fundamentalistas que sofria junto com o seu terreiro.
Texto: Tony Vilhena
Fotos: Facebook do Dep. Dr. Jaques Neves
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