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quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Convite: Ato pela liberdade religiosa


O Comitê Inter-religioso do Pará convida a sociedade para ato que celebra o Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa.
O evento será no próximo domingo, dia 20 de janeiro de 2019, às 9h, na Praça da República, em Belém/PA.

O que é o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa?

Celebrado em 21 de janeiro, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído pela Lei nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007. 
A data rememora o dia do falecimento da Iyalorixá Mãe Gilda, do terreiro Axé Abassá de Ogum Salvador/BA, vítima de intolerância por ser praticante de religião de matriz africana.
Em 2009, a sacerdotisa foi acusada de charlatanismo pelo jornal da Igreja Universal do Reino de Deus, teve sua casa atacada e pessoas da comunidade agredidas.
Ela faleceu no dia 21 de janeiro de 2000, vítima de infarto.

Para saber mais, indicamos o sítio do Koinonia (clique aqui)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Chamada de artigo - Dossiê Colonialidades do crer, do saber e do sentir: implicações epistemológicas nos estudos da religião

Prazo prorrogado para 31 de janeiro de 2019!

Convidamos à submissão de propostas para o Dossiê: Colonialidades do crer, do saber e do sentir - implicações epistemológicas nos estudos da religião, organizado pelos professores Anaxsuell Fernando da Silva (UNILA) e Carlos Eduardo Pinto Procópio (IFSP/CEBRAP).



Maiores informações:

Vem aí: Cortejo Inter-religioso contra a intolerância


No dia 09 de janeiro, o Comitê Inter-religioso do Pará realizou sua primeira reunião de 2019. A pauta principal foi a organização do Cortejo Contra a Intolerância Religiosa, que ocorrerá no dia 20 de janeiro de 2019, domingo, às 9h, na Praça da República, em Belém do Pará.
O cortejo terá cinco "estações" temáticas: Apoio às Mulheres e Contra o Feminicídio; Meio Ambiente; Causas Indígenas; Estado Laico; e Violação dos Direitos Humanos.
Participaram desta reunião representantes do casa anfitriã, Mansu Nangetu – Mansubando Kekê Neta, AFAIA - A Associação dos Filhos e Amigos Ilê Iyá Omi Axé Ofa Kare, WitchCraft, Wicca, Metodistas Confessantes, Paróquia Evangélica de Confissão Luterana, Comunicadores Pela Democracia, entre outras (ainda tomando registro do novo das entidades presentes).
A pŕoxima reunião de organização do Cortejo Inter-religioso será no dia 17 de janeiro de 2019, quinta-feira, às 18h, no Mansu Nangetu, na Trav. Pirajá, 1194, no bairro do Marco, em Belém do Pará.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

“108 Horas de Paz” conta com a presença do CONIC

 
Entre os dias de 27 de dezembro de 2018 e 1 de janeiro de 2019, o Centro de Estudos Budistas Bodisatva e o Instituto Caminho do Meio promoveram o evento 108 Horas de Paz. 
 
A ideia foi aproveitar o momento de “virada de ano” para avaliar o período que passou e, nas palavras da organização, “sonhar com um futuro melhor para nós mesmos, para as pessoas ao nosso redor, para a sociedade e para o meio ambiente”. O evento contou com a participação de diversas pessoas que, com ideias e propostas inovadoras, enriqueceram as reflexões. 
 
No segundo dia de atividades, 28/12, o CONIC esteve representado pela presidente do CONIC-RS representante do Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa do Ministério dos Direitos Humanos, Edoarda Scherer. Trabalhando o tema Redes de Diálogo e Ação Social, a mesa do dia foi composta pelo historiador Luiz Gonzaga Souza Lima, professor Juarez Freitas, monge Marcelo Barros, Lama Padma Samten, além da representante do CONIC.
 
 
“É necessário, mais do que nunca, estarmos unidos de forma resiliente, para que possa ser feita uma autocrítica consciente que busque por caminhos de superação aos inúmeros desafios que colocam em evidência a perspectiva do que é ser cristão na sociedade brasileira”, disse Edoarda.
 
Sobre a importância da representação do Conselho Nacional de Igrejas no evento, ela explicou que “como CONIC, estar em um diálogo profundo e agenda de ações comum com demais crenças e religiosidades implica em professar a essência de nossa missão: a do anúncio do amor, traduzido pela busca da paz marcada pela justiça e busca de direitos”.
 
“Cada um de nós pertence a diferentes tradições, diferentes lugares, mas que a gente não se perca nisso. Que a diversidade das tradições seja nossa generosidade. E que consigamos nos unir em visões elevadas a partir de qualidades elevadas”, defendeu Lama Padma Samten.
 
A cobertura completa das 108 Horas de Paz você confere aqui: FB/revistabodisatva
 
CONIC com informações da Revista Bodisatva
Fotos: Kátia Kraemers
 Fonte: CONIC

O que são direitos humanos?



Ato durante a Cúpula Mundial de Defensores de Direitos Humanos em Paris, França. Foto OLIVIER PAPEGNIES / COLLECTIF HUMA
Essa é uma pergunta difícil, mas alguém precisa fazê-la. Em nosso site, você encontra alguns materiais para entender melhor mas, este ano, durante a Cúpula Mundial de Defensores dos Direitos Humanos, perguntamos a 11 defensores de destaque qual a essência dos direitos humanos. Eis o que responderam…
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Anielle Franco, Brasil

Anielle é professora, jornalista e ativista. Também é irmã de Marielle Franco, defensora de direitos humanos assassinada a tiros em março deste ano. Anielle está determinada a buscar justiça para a irmã e fala sobre o racismo e os desafios que as mulheres negras enfrentam no Brasil.
257589_Anielle Franco_ Brazil - Human Rights Defenders World Summit
Os direitos humanos dão a oportunidade de defender aquilo em que realmente acreditamos. Para mim, o amor e a educação estão na raiz dos direitos humanos. Eles podem nos proteger de muitas coisas.
Marielle e eu nascemos defensoras dos direitos humanos. Não tivemos escolha. Crescemos em favelas. Era perigoso. Homens matavam suas esposas com frequência. Não podíamos simplesmente ficar sentadas e testemunhar essa injustiça. Sabíamos que tínhamos que fazer alguma coisa.
Minha irmã Marielle me ensinou muito — tenho aprendido com ela desde que era adolescente. Quando me mudei para os Estados Unidos, com 16 anos, ela disse: “Não importa aonde você vá, sempre terá de lutar por alguma coisa”. Ela infundiu em mim o senso de justiça e, a partir daí, me juntei à National Coalition of 100 Black Women [Coalizão Nacional de 100 Mulheres Negras] e me formei jornalista. Quando voltei ao Brasil, Marielle estava sempre lutando por algo. Não importava onde eu estivesse, sempre a apoiava. Foi incrível ver a mulher poderosa que ela se tornou. Ela lutou por justiça até o dia em que foi assassinada.
Ser mulher negra no Brasil é extremamente difícil. Somos as mais marginalizadas. Tenho consciência das lutas que estão por vir e estou com medo. Não sei o que acontecerá a seguir. Sei que vão tentar nos impedir e nos silenciar, mas temos que nos unir. Não vamos desistir da luta.
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Eva Lewis, EUA

Eva Lewis, 19, é uma ativista pelos direitos humanos e artista da zona sul de Chicago, Illinois. Ela é fundadora e CEO do projeto The I. Ah, já dissemos que ela é fantástica?
257585_Eva Lewis_ USA - Human Rights Defenders World Summit
Os direitos humanos são as ferramentas necessárias para construir a resistência. Se você não tem ferramentas, não consegue construir nada. Para mim, a zona sul de Chicago é como um aquário. Há muitos peixes e um só tipo de alimento. As pessoas não conseguem construir seus próprios tanques, então estamos em um aquário, dividindo um único espaço. Entretanto, se cada um de nós tivesse seu próprio tanque, ficaríamos bem. Os direitos humanos são as ferramentas de que precisamos para construir nossos próprios tanques.
Na condição de mulher negra, vivo em um país que não tem o propósito de me beneficiar. Tendo sido criada na zona sul de Chicago, isso ficou evidente. Membros da minha família estiveram envolvidos com a ação das gangues; outros foram vitimados pela opressão às pessoas negras de pele escura ou clara.
Para me libertar, eu sabia que teria de buscar recursos, como uma boa educação. Minha mãe garantiu que eu tivesse acesso a esses recursos, mas não sem luta. Todas as manhãs, eu acordava às 5h para fazer o trajeto até a escola. Estava sobrevivendo com quatro a cinco horas de sono por noite, mas não tinha escolha. Não havia nenhuma escola de qualidade em minha região.
Frequentar a escola na zona norte de Chicago me moldou como ativista de direitos humanos. Logo percebi que a educação nos Estados Unidos é uma questão de justiça, não de igualdade. Tinha o dever de me manifestar. Estar naquele espaço era um privilégio adquirido e eu tinha de falar sobre as lutas que meu povo enfrenta. Ao me manifestar, adquiri as habilidades de que precisava para ser uma ativista.
Hoje participo da Instituição Ivy League. Estou criando uma equipe de mulheres jovens de várias etnias vindas de comunidades marginalizadas que combatem a opressão. Também desenvolvi um projeto sem fins lucrativos chamado The I. É uma iniciativa de ativismo por meio da arte e tenho verdadeiro orgulho dele.
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Fred Bauma, RDC

Fred Bauma é líder do grupo LUCHA por justiça social, direitos humanos e democracia que defende mudanças na República Democrática do Congo. Ele foi preso em março de 2015, passou 18 meses na prisão e poderia ter enfrentado a pena de morte. Após a pressão de organizações internacionais como a Anistia Internacional, ele foi libertado em 2016.
257586_ Fred Bauma_ DRC - Human Rights Defenders World Summit
Direitos humanos, para mim, são simples. São as coisas que fazem você se sentir humano e fazem você considerar que outra pessoa é tão humana quanto você. Isso não está nas leis ou nas Nações Unidas, está no amor, na compaixão e na empatia.
Enquanto crescia, vi muita violência em meu país. As pessoas sofriam e havia uma sensação de impotência. Muitas pessoas foram deslocadas, eu inclusive. Não queria ver mais ninguém na mesma situação e sabia que algo precisava mudar.
Por isso me tornei ativista de direitos humanos.
O primeiro desafio que tive de superar foi a violência do Estado e a repressão. Vivencio isso todos os dias e minha família também. Depois que fui preso, fui considerado perigoso. Minha família e meus amigos tiveram muita coragem de lutar por mim, mesmo que isso também afetasse o modo como eram vistos.
Tenho orgulho em ver que cidadãos do meu povo estão começando a falar mais francamente, sem medo. A pressão continua, mas ao menos eles estão cientes do poder que temos. Para mim, trazer o poder de volta para o povo será a realização mais importante.
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Vitalina Koval, Ucrânia

Vitalina Koval é uma incrível ativista da comunidade LGBTI da Ucrânia. Co-fundou um centro comunitário que oferece um espaço seguro para a população LGBTI e fala de maneira destemida contra o ódio.
257583_Vitalina Koval_ Ukraine - Human Rights Defenders World Summit
Para mim, os direitos humanos são valores básicos. São a base de uma sociedade aberta e inclusiva.
Eu me assumi como lésbica aos 25 anos. Depois disso, percebi que não tinha nada mais para guardar para mim mesma. Quis lutar pelos direitos das pessoas LGBTQI e das mulheres. Soube que era uma defensora de direitos humanos depois de participar da Revolução Dignidade [Revolução Ucraniana]. Passei duas semanas e meia fazendo campanha na Maidan Nezalezhnosti [praça central de Kiev]. Isso me moldou como ativista dos direitos humanos.
Há duas questões centrais na Ucrânia atual e dois motivos pelos quais devemos continuar fazendo campanhas. Primeiro, a atividade de grupos radicais de extrema direita ressurgiu nos últimos anos. Nós, como defensores de direitos humanos, devemos contra-atacar e proteger uns aos outros. Segundo, a polícia não consegue processar as pessoas que cometem crimes contra ativistas. Quando essas pessoas sentem a impunidade, cometem ainda mais violência. Temos que agir pelo cumprimento das leis para criar uma legislação sobre o crime de ódio.
Minha conquista pessoal é ter me assumido como lésbica — não quis mais esconder isso. Tenho os mesmos direitos que qualquer pessoa. Mereço ser feliz e viver livremente.
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Dr. Mudawi Ibrahim Adam, Sudão

O defensor de direitos humanos e engenheiro Mudawi Ibrahim Adam denunciou as violações de direitos humanos em Dafur por anos. Foi preso várias vezes sob acusações ligadas a seu trabalho pelos direitos humanos.
257588_Dr Mudawi Ibrahim Adam_ Sudan - Human Rights Defenders World Summit
Para mim, direitos humanos são igualdade, justiça, liberdade de associação, liberdade de não supressão de direitos. É um direito à vida. Um direito à alimentação. Um direito à moradia.
Cresci odiando a injustiça. Queria dar apoio às pessoas necessitadas. E me vi combatendo a injustiça, me vi como um ativista de direitos humanos. O Sudão é um país de diversidade, com pessoas de muitas religiões e culturas. Eu vinha combatendo a pobreza e as violações dos direitos humanos e lutando pela igualdade, não era uma luta fácil. Passei parte da minha vida na prisão, negando minha liberdade. Continuo orgulhoso do que realizei — especialmente quando vejo o impacto que tive nos jovens e em sua determinação de trabalhar pela justiça.
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Lolita Chavez, Guatemala

Aura Lolita Chávez Ixcaquic, conhecida como Lolita, é uma ativista pelos direitos das mulheres e líder indígena guatemalteca que está liderando a luta para proteger suas terras.
257584_Lolita Chavez_ Guatemala - Human Rights Defenders World Summit
Os direitos humanos são justiça, liberdade e uma maneira de vivermos juntos no mesmo mundo. É uma luta não apenas pelas pessoas, mas pela natureza, as montanhas e os rios.
Minha mãe era uma defensora de direitos humanos, então também me tornei uma. Minha aldeia estava sob ameaça e eu sabia que precisava lutar. Empresas ainda estão tentando usurpar nossa terra — elas a querem para ganhar dinheiro. Ousei falar abertamente, mas agora estou impedida de voltar à minha aldeia. Recebi ameaças de morte, fui acusada de coisas que não fiz. Não posso voltar.
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Maria Munir, Reino Unido

Palestrante, defensora de direitos humanos e pessoa brilhante, Maria Munir tem se manifestado em relação a temas como direitos de pessoas transgênero e discriminação não binária.
257580_Maria Munir_ UK - Human Rights Defenders World Summit
Direitos humanos são aquelas liberdades a que todas as pessoas deveriam ter acesso igualmente para ter uma oportunidade justa na vida. São as coisas básicas que dão a sustentação que uma pessoa precisa para viver, como saneamento e moradia.
Quando falamos nesses termos, os direitos humanos se tornam algo com que todos podem se identificar e compreender. Isso ajuda a quebrar a barreira de que os direitos humanos são algo que acontece em outro lugar. De fato, os direitos humanos são algo a que todo ser humano tem direito.
Sempre tive um forte senso da importância da igualdade. Todos têm o direito de acesso às informações. Classe social, educação e dinheiro não devem impedir as pessoas de entender como o mundo funciona e como podem garantir que seu lugar no mundo seja protegido.
Um dos maiores desafios de ser defensora de direitos humanos sou eu mesma. Tenho muitas dúvidas. Mesmo tendo trabalhado muito, ainda duvido de mim mesma e questiono se sou boa o suficiente. Agora, em vez de questionar se alguém poderia estar fazendo algo melhor, pergunto: por que não há mais pessoas defensoras de direitos humanos? Por que não permitimos que mais pessoas falem sobre direitos humanos?
A primeira vez que me assumi como não-binária foi diante do presidente Obama, durante uma sessão de perguntas e respostas em Londres. No Reino Unido, não reconhecemos pessoas não binárias nos termos da Lei da Igualdade, por isso, não temos direitos. Eu pretendia perguntar a Obama sobre seus arrependimentos em relação a intervir na Líbia, mas então ocorreu-me que aquele era um momento perfeito para colocar em evidência uma questão que tem sido frequentemente ignorada ou substituída por outras.
No entanto, eu não diria que o meu “momento Obama” é a minha maior conquista. Para mim, é a quantidade de pessoas que disseram que meu trabalho fez a diferença. Recebi muitas mensagens no Twitter e e-mails e iniciei uma conversa que as pessoas não tinham conseguido ter até agora. Essa é a coisa mais valiosa para mim!
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Matthew Caruana Galizia, Malta

Jornalista vencedor do prêmio Pulitzer, Matthew Caruana Galizia tem exigido justiça para sua mãe, Daphne Caruana Galizia, que foi assassinada há um ano em Malta.
257581_Matthew Caruana Galizia_ Malta - Human Rights Defenders World Summit
Direitos humanos são como o ar. Até que eles sejam retirados, você não sabe os que tem. Você só percebe quão necessários são quando o ar é retirado e você não pode mais respirar.
Não decidi me tornar um ativista. Não foi minha escolha. Minha mãe e eu éramos jornalistas, mas chegamos ao ponto em que estávamos sob um ataque tão pesado que passávamos a maior parte do tempo defendendo nosso trabalho para justificar nossa existência.
Minha mãe foi assassinada simplesmente por fazer o trabalho de jornalista. Enquanto seu assassinato estava sendo preparado, ela esteva sob ataque constante. Enfrentou mais de 50 processos civis ou criminais de difamação e suas contas bancárias foram congeladas por nosso governo.
Corrupção e impunidade são problemas permanentes em Malta. Essa é a raiz de tudo. Nós fazemos reportagens sobre políticos corruptos, mas nada acontece. Eles se beneficiam da impunidade e depois nos atacam. No final, isso leva ao assassinato de uma jornalista.
O trabalho de um defensor dos direitos humanos não é algo que faço por escolha. É algo que preciso fazer.
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Nurcan Baysal, Turquia

Nurcan Baysal é uma defensora curda de direitos humanos e jornalista de Diyarbakir, na região curda da Turquia. Nurcan enfrentou ameaças de morte, recebeu mensagens abusivas e foi detida pelas autoridades. Apesar de tudo, Nurcan está determinada a continuar lutando.
257587_Nurcan Baysal_ Turkey - Human Rights Defenders World Summit
Direitos humanos são algo tão básico, mas tão importante. Sem direitos não somos nada. Se você não pode falar, se você não pode ver, ou dizer o que você está pensando, se você não pode sair e protestar, usar seu próprio idioma ou se reunir com seus próprios amigos para se manifestar, qual é o sentido? A vida só é significativa com os nossos direitos!
Venho protegendo os direitos de mulheres e crianças por mais de 20 anos. Sou jornalista em primeiro lugar, mas também sou defensora de direitos humanos.
Houve guerra em nossa região há mais de 40 anos. Faço parte da segunda ou terceira geração de pessoas curdas que cresceram em meio à guerra. Não quero que meus filhos tenham a mesma vida. É por isso que estou pedindo paz e trabalhando para garantir que os direitos da comunidade sejam protegidos. Não foi uma tarefa fácil. Enfrentei muitos desafios, principalmente do Estado turco. Minha existência é um problema para aqueles que estão no poder.
Quando os toques de recolher foram impostos, a mídia turca fechou totalmente os olhos para o que estava acontecendo em nossa região. Eu era uma das poucas pessoas que informavam ao público turco sobre o que estava realmente acontecendo. Tentei fazer a diferença de verdade — e, olhando para trás, sinto que salvamos algumas pessoas.
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Phylesha Brown-Acton, Ilha Niue e Nova Zelândia

Phylesha Brown-Acton trabalhou na área de HIV e em nome das comunidades LGBTI por mais de 20 anos. Ela também é co-presidente da Asia Pacific Transgender Network (Rede Transgênero da Ásia-Pacífico, APTN na sigla em inglês) e diretora da F’INE Pasifika Aotearoa, na Nova Zelândia.
257582_Phylesha Brown-Acton_ Niue Island and New Zealand  - Human Rights Defenders World Summit
O que são direitos humanos? É uma questão básica, mas capciosa. Os direitos humanos significam tantas coisas para tantas pessoas diferentes. Para mim, os direitos humanos são para todas as pessoas, para garantir que estejam protegidas, seguras e usufruam das mesmas oportunidades.
Nasci defensora de direitos humanos. Como criança, jovem, adulta, mulher trans e ativista indígena, sempre tive algo a dizer. Acredito em defender as causas em que acredito. Venho de uma longa linhagem de mulheres fortes que foram a espinha dorsal do alicerce cultural e comunitário. Elas têm sido a força que por muito tempo me sustentou e me encorajou a me manifestar.
Enfrentei muitos desafios durante a minha vida. Eu sou uma mulher trans — preciso dizer mais? Se você entende minha realidade como mulher trans, o maior desafio é ter que lidar com pessoas me redefinindo. Muitas pessoas não podem aceitar ou entender que a noção de gênero não é tão binária quanto pensam que é.
Além de estar viva, tenho muitas conquistas. Uma delas é poder participar da segunda Cúpula Mundial dos Defensores dos Direitos Humanos. Sou a única que representa a região do Pacífico Sul. Sou apenas uma voz da região, mas espero abrir portas para outras.
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Han Hui, Cingapura

Han Hui é blogueira e defensora dos direitos humanos. Ela usa seu blog e as mídias sociais para destacar falhas nos serviços sociais, além de ampliar a consciência pública sobre violações dos direitos humanos em Cingapura. Foi agredida fisicamente, assediada, presa e mantida em confinamento solitário apenas por se manifestar.
257590_Han Hui Hui_ Singapore - Human Rights Defenders World Summit
Como cingapuriana, acredito que direitos humanos são coisas concretas. A capacidade de ter moradia adequada para as famílias morarem. Cuidados médicos adequados para que as pessoas não tenham medo de adoecer e morrer. E pensões adequadas para que todos possam desfrutar de sua era dourada quando estiverem aposentados.
Não me considero uma defensora de direitos humanos. Sou apenas uma cidadã comum de Cingapura, que quer escrever sobre a própria vida e sobre o sistema educacional em meu país. Mas escrever em blogs sobre o sistema educacional em Cingapura me colocou em apuros.
Em 2013, o governo de Cingapura me enviou uma carta acusando-me de difamação. Fiquei muito assustada. Não tinha recursos para lutar contra o governo. Comecei a procurar além das fronteiras, e foi quando percebi que havia algo chamado liberdade de expressão e que eu tinha o direito de questionar o governo.
Continuei escrevendo no blog, mas enfrentei muitos abusos. As pessoas questionaram se eu era uma garota. Acham que as garotas só deveriam se concentrar em roupas e maquiagem — acham que não temos inteligência para escrever também.
Ainda enfrento assédio. Fui proibida de organizar um evento em Cingapura. Passei algum tempo em confinamento solitário e enfrentei deportação. No final, sou apenas uma pessoa curiosa que quer promover a conscientização.

Fonte: Anistia Internacional