quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Tire os Fundamentalismos do Caminho! Pela vida das mulheres

No última segunda-feira, 17 de agosto, aconteceu a live da campanha "Tire os Fundamentalismos do Caminho! Pela vida das mulheres!", com as participações da Yábassê do terreiro Ylê Obá Aganju Okoloiá, Vera Baroni; a indígena mestre em antropologia, Elisa Pankararu; a teóloga e militante do movimento ecumênico, Romi Bencke; a atriz e produtora cultural, Sílvia Duarte; e a feminista da Articulação de Mulheres Brasileiras, Verônica Ferreira; tudo mediado pela doutora em Teologia e Ciências da Religião, Yury Orozco. O vídeo tem intérprete de LIBRAS.
O objetivo do encontro foi trazer denúncias, resistências e reflexões sobre avanço do fundamentalismo político, econômico e religioso e suas consequências para os direitos fundamentais, sobretudo para a vida das mulheres brasileiras. Para assistir como foi a live, clique aqui.

A campanha "Tire os Fundamentalismos do Caminho! Pela vida das mulheres!" acontece em uma conjuntura de intensificação dos fundamentalismos históricos, disseminação dos discursos ódios e intolerâncias, e ataques às estruturas democráticas.
A ascensão de Jair Bolsonaro à presidência da República, mudou a correlação de forças, marcada por medidas impopulares e a regressão de direitos num governo ultraliberal, fundamentalista e militarizado – que vulnerabiliza as mulheres, sobretudo, as negras, as indígenas, de populações tradicionais, LGBTQI+, entre tantas outras.

Apoie esta iniciativa, acesse a página, acompanhe as próximas ações e participe!

sábado, 15 de agosto de 2020

ACT Aliance convida para seminário sobre religião e direitos humanos na América Latina

Fórum Ecumênico ACT Suramérica promove seminário internacional com o tema Fundamentalismos, Democracia e Direitos Humanos: Fé e Ação por uma vida digna e plena na América do Sul.
O evento será de 19 a 21 de agosto de 2020, às 11h, no horário de Brasília/Brasil.
A transmissão será nos canais no Facebook e Youtube.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Sociologia para luta antirracista



RAÇA possui duas interpretações. Para a biologia: todos e todas somos raça humana, da mesma espécie (Homo sapiens) e subespécie (Homo sapiens sapiens). Mas para a sociologia o conceito de raça pode ser analisado de forma política, como construção social, estudado no campo das identidades sociais.
No dia 31 de julho, Mateus Pires foi agredido por um morador de um condomínio em Valhinhos (SP), quando trabalhava fazendo entregas de refeições.
No dia 06 de agosto, Matheus Fernandes foi agredido por dois policiais à paisana num shopping da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, quando tentava trocar o relógio que comprou de presente para o pai.
A música Mandume, do Emicida, chega ser incompreensível para a gente, mesmo após de muitas audições, pois os referenciais apresentados na obra foram roubados da gente, foram interditados ao nosso conhecimento. Era nosso direito saber quem foi o heroico Rei Mandume ya Ndemufayo, que governou e resistiu aos colonizadores num reino africano entre Angola e Namíbia, em pleno século XX. Mas eu nunca ouvi falar disso na escola.
Prof. Tony Vilhena

Referências:
- RODRIGUES, R. N. As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil. Rio de Janeiro: Guanabara.
- VIANA, Oliveira. Evolução do Povo Brasileiro. 4º ed. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio. 1956.

domingo, 9 de agosto de 2020

Adeus ao bispo da luta do povo: Dom Pedro Casaldáliga

Hoje contemplei o anel de tucum que carrego no dedo anelar direito com profundo pesar. Pois morreu quem me ensinou que este anel significa a aliança com as lutas dos povos oprimidos. Embora tivesse o direito de usar um chamativo anel de ouro por ser bispo da Igreja Católica, responsável pela Prelazia de São Félix do Araguaia (MT), dom Pedro Casaldáliga insistia em usar um anel de tucum.
No filme Anel de Tucum, o bispo afirma que o “anel de tucum é sinal da aliança com a causa indígena e com as causas populares. Quem carrega esse anel significa que assumiu essas causas e as suas consequências” (assista o filme no Youtube clicando aqui).
Esse sacerdote espanhol da Congregação Claretiana chegou ao Brasil no final da década de 1960, em plena ditadura militar, e logo viu sua atuação evangélica tocada pelos problemas do país como perseguição política, latifúndio assassino e toda forma de opressão dos ricos às camadas populares.
Como fez Jesus ao denunciar ser mais fácil um camelo passar num fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos céus (Mt. 19: 24), dom Pedro optou pelos pobres e entregou sua vida, sua missão, em projetos como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Imagino sua santa agonia ao ver "representantes" de sua Igreja indo prestar apoio ao governo do energúmeno que hoje senta na cadeira de presidente da República em troca de dinheiro de propaganda governamental nos canais católicos de TV.
Que sua vida de entrega, sua fé radical, sua ternura nos inspirem. As instituições religiosas não podem prender Deus numa redoma e chamá-lo de "seu". Desse Deus da justiça e do bem que dom Pedro falava eu quero ser amigo, companheiro. Como ele disse na poesia E o Verbo se Faz Classe:
"No ventre de Maria
Deus se fez homem.
Mas, na oficina de José
Deus também se fez classe".

Dom Pedro, presente!  

Por : Prof. Tony Vilhena - Cientista Político

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Grupo Fé Cidadã convida para live "Igreja e a violência contra as mulheres"

Neste sábado, dia 08 de agosto, às 20h, o grupo Fé Cidadã promoverá uma live com o tema "Igreja e a violência contra as mulheres".

A convidada para tratar do tema é Ester Leite Lisboa, que é uma das articulistas do movimento Evangélicas Pela Igualdade de Gênero - EIG, também é assistente social, pós-graduada em Gestão de Organizações Sociais e e coordena o Programa Saúde e Direitos na organização social KOINONIA- Presença Ecumênica e Serviço.

Conforme a apresentação no seu site, "a EIG – Evangélicas pela Igualdade de Gênero surgiu em maio de 2015, durante a reunião do Fórum Pentecostal Latino-Caribenho (FPLC), tendo como pretensão de iniciar todo e qualquer trabalho, juntamente com as mulheres protestantes, em especial, as pentecostais e neo pentecostais, unindo forças, trocando vivências, experiências com as demais evangélicas que está há mais tempo nessa caminhada".

Recentemente este assunto foi bastante repercutido, quando a cantora gospel Cassiane lançou um clip no Youtube "espiritualizando" o problema. Após muitas críticas, a produtora da cantora fez mudanças no clip. Contudo, não foi o bastante. A insatisfação foi tanta, que ainda hoje o clip tem mais marcações de "não gostei" que "gostei".

A live será transmitida no Youtube no canal https://www.youtube.com/watch?v=otwo_3iaqck&feature=youtu.be, com mediação do professor Gidalti Guedes, que faz parte do Grupo Fé Cidadã.

Serviço:
Live: "Igreja e a violência contra as mulheres"
Quando: Sábado, dia 8 de agosto, às 20h

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

UFJF convida para três cursos de extensão de Ciências da Religião gratuitos e online


Serão mais três mini-cursos online que aprofundarão temáticas relativas ao estudo acadêmico da religião, conectando-nos neste período de distanciamento social:

✔️ As dimensões religiosas do autoritarismo político (Prof. Dr. Frederico Pieper / Prof. Ms. Andre Yuri / Prof. Ms. Maiara Miguel)- UFJF

✔️ Ensino religioso hoje: por onde começar e o que ensinar? (Profa. Dra. Andrea Silveira de Souza / Profa. Dra. Elisa Rodrigues, com participação das Profa. Ms. Nathália Martins e Profa. Ms. Tânia Oliveira)- REDUGE

✔️ Introdução ao Islam: fontes escriturárias, mulheres e pandemia (Profa. Dra. Francirosy Campos Barbosa)- USP

📢 Aberto ao público! Gratuito! Confere certificado! Vagas limitadas!

Informe-se e garanta a sua vaga em até dois mini-curso(s) de sua escolha pelo link: https://forms.gle/g71KrVE38usck2bC9

Contamos com a sua participação!
Compartilhe com os seus contatos.
Cuidem-se. 😉


Fonte: PPGCIR/UFJF

Sociologia e o conceito de Poder



Título: É o poder!

Olá, turma linda!

Nestes dias um cachorro mordeu a mão do ministro da economia, uma cobra naja picou um jovem riquinho que a polícia suspeita de ser traficante de animais e uma ema bicou o presidente da República. Pronto! É a revolução dos bichos...

Isso fez lembrar desta obra clássica (mostrar no vídeo) do escritor inglês George Orwell, de 1945, que foi traduzida para o português como A REVOLUÇÃO DOS BICHOS. Uma fábula que ironiza o autoritarismo do stalinismo na União Soviética. Vi muitos memes bacanas dessa revolução dos bichos de hoje em dia. Como este

Com entusiasmo saúdo os animais “camaradas” e “revolucionários” que chegaram à mídia, mas, com o devido alerta de spoiler, lembro que a história de George Orwell (A Revolução dos Bichos) não termina tão bem. Pois a chegada ao PODER muda posturas, costumes, opiniões... O PODER é fascinante... O PODER revela a personalidade real dos indivíduos. Como cantaria Caetano Veloso “enquanto os homens exercem seus podres poderes...”. Vejamos a poesia da Karol Conká (“É o poder”).

Para o sociólogo alemão Max Weber, PODER é a capacidade de uma pessoa ou um grupo impor, numa ação social, a própria vontade, mesmo diante da oposição de terceiros.

Por exemplo:

- A atitude infantil do jogador de baralho dono das cartas que resolve ir embora com as cartas quando está perdendo muito, o temor do término da brincadeira pode até mesmo influenciar os demais jogadores a facilitarem a vida do dono das cartas em algumas rodadas.

- Observem como o serviço de segurança pública atua num bairro periférico e num bairro central da cidade.

- O poder pode se refletir na representação política. Veja quantos milionários foram eleitos para o Congresso Nacional nas últimas eleições. E como atuam junto para defender seus interesses, usando recursos públicos que são de todos nós, como, por exemplo, na bancada BBB (Boi, Bala e Bíblia).

Sendo que o poder que vem do dinheiro ou dos bens não é igual ao poder em si.

- Os filhos de Victoria e David Beckham, cantora e jogador de futebol da Inglaterra, não foram bem aceitos numa escola tradicional por não serem considerados “nobres”.

- O Pelé e o Neymar, embora negros, não têm nenhum poder nos movimentos negros que se organizam e se manifestam na internet por igualdade racial, contra o genocídio de negros, porque são famosos e ricos, mas omissos ou tímidos nestes assuntos. E não é raro prestigiarem pessoas com discursos opressores.

Max Weber apresentou três tipos puros de poder:

- O poder legal: quando se age respeitando as leis.

Ex: funcionário que cumpre o contrato; dirigir usando o cinto de segurança; cumprir as normas da escola.

- O poder tradicional: quando se respeita não normas pré-estabelecidas burocraticamente, mas sim a fidelidade e a crença na boa vontade de quem ordena ou lidera.

Ex: o súdito que entrega a própria vida ao Rei ou Reino; obedecer aos pais;

- E o poder carismático: quando se aceita as orientações de pessoas que apresentam dons excepcionais (carisma).

Ex: o fiel que se converte numa religião; as homenagens de Praças e Ruas à pessoas que são reconhecidas por grandes feitos; o eleitor que vota num candidato envolvido emocionalmente por seu discurso.

É isso aí!

E você? Tem poder? O que é empoderamento? Quais são outras teorias sobre o Poder?

Vamos descobrir nos próximos encontros.

Valeu, turma linda. Dê um like aí no vídeo. Compartilhe O Canal Sociologia Pra Você do Prof. Tony Vilhena.

E como eu sempre digo: “estude e não reprove, faça do seu canudo um coquetel molotov”.

 

Referência:

WEBER, Max. Classe, estamento, partido. In: GERTH, Hans e MILLS, Wright (Org.). Max Weber: Ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1974, p. 211-228.