sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Ato antirracista em Belém pede justiça por mãe Bernadete

Ato no Quilombo da República

Neste 24 de agosto, movimentos sociais negros promoveram atos em diversas cidades do Brasil pelo fim da violência do Estado contra a população negra.

Em Belém, uma marcha saiu no início da noite do Complexo Arquitetônico de Nazaré até o Quilombo da República com palavras de ordem e discursos que pediam o fim do abuso de autoridade e da letalidade das ações policiais e das demais formas de agressão estatal (negligência na saúde, omissão na educação, ausência de políticas nas periferias, etc.) que afetam as populações negras no país.

MÃE BERNADETE, PRESENTE!

No percurso, foi celebrada a memória da Ialorixá Mãe Bernadete Pacífico, liderança religiosa do Candomblé e do Quilombo Pitanga dos Palmares que foi covardemente assassinada há uma semana, na cidade de Simões Filho/BA. Mãe Bernadete também era coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq).

ASSASSINATOS DE AFRORRELIGIOSOS NO PARÁ

Estandartes em memória de lideranças assassinadas no Pará

No ato, também foram lembradas as vítimas do racismo religioso no Pará.

Entre 2015 e 2016 foram assassinadas sete lideranças de religiões de matriz africana: 

- Mametu  Luango – Neire do Socorro Ferreira da Fonseca (22/4/2015, em Moju); 

- Pai  Roberto Ruan Neves da Silva (05/10/2015, em Castanhal); 

- Babalorixá Bessen ny Odo – Marco Antônio Albuquerque da Cruz (02/12/2015, em Belém); 

- Pai José Flávio Ferreira de Andrade (17/12/2015, em Benevides); 

- Pai Xoroque do Brasil – Raimundo Nonato Ferreira (23/12/2015, em Belém); 

- Babalorixá Sigbonile – José Mário Cavalcante da Silva (08/08/2016, em Ananindeua); 

- Ivonildo dos Santos – Huntó Jigongoji, o Nego Banjo ou Pai Banjo (29/9/2016, em Belém).

Sobre essas ocorrências, a percepção média da sociedade e do Estado (Sistema de Segurança Pública) é de que os crimes estão diluídos dentro do aumento de casos de violência "comum", supondo ser produto desavenças de cunho pessoal entre vítimas e assassinos.

Quando um sacerdote ou uma sacerdotisa de religiões de matriz africana busca a polícia para se defender de uma ameaça sofrida em razão da organização de cultos e ritos, de tocar seus instrumentos ou reunir seus adeptos é comum a autoridade policial tentar minimizar o problema e os riscos como se a ocorrência fosse uma mera "briga de vizinhos",  desprezando a motivação religiosa e racista de quem ameaça e desamparando a comunidade ameaçada.

Todavia, para as representações de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana - POTMA’s, há uma convicção de que as ocorrências citadas são crimes de ódio, sendo o racismo religioso o pano de fundo dos cenários de morte.


A LUTA SEGUE

A mobilização dos movimento negros é permanente. Até 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, outras manifestações antirracistas ocorrerão no Brasil. Para acompanhar essas agendas da resistência, basta acessar as seguintes redes:

- Coalizão Negra por Direitos:

https://www.instagram.com/coalizaonegrapordireitos/
https://web.facebook.com/coalizaonegra

Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará - Cedenpa:

https://www.instagram.com/cedenpa.cedenpa/ 
https://web.facebook.com/cedenpa.cedenpa

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Programa de rádio apresentará a Lei de Cotas


Nesse sábado (26/08/23), as 11h30, a Rádio Amazônia FM transmitirá ao vivo o Programa PAPO DE CRENTE com o tema "A Lei de Cotas".

A apresentação será de Wilson Barroso (Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito - FEED) e a entrevistada será a professora Giovana Vilhena, que é Cientista da Religião (UEPA) e integra a Rede de Mulheres Negras Evangélicas, a Rede Amazônia Negra (RAN) e a Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN).

Para acompanhar o programa
Basta acessar o site da Rádio Amazônia Viva 89,5: https://www.amazoniavivafm.com/
Por rádio: sintonizar em 89,5 FM
Também pode assistir ao vivo pelo Facebook: https://web.facebook.com/profile.php?id=100092420844060

O que é o Programa Papo de Crente?
O programa é uma iniciativa da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito - FEED -(Instagran: https://www.instagram.com/frentedeevangelicos/) que aborda temas atuais da sociedade, abrindo diálogos dentro do segmento evangélico.
Com o tempo, o programa vem atraindo também a audiência de pessoas que não são evangélicas. Pois, todos os sábados, um assunto de interesse público é apresentado num bate-papo agradável e cheio de informações.

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Vem aí o II Simpósio Internacional Religiosidades Pan-Amazônicas

O evento ocorrerá de 12 a 14 de setembro de 2023, na Universidade Federal do Pará - Campus do Guamá - Belém/PA.

O simpósio é promovido pelo Grupo de Pesquisa Religião e Religiosidades Pan-Amazônicas (PPHIST/UFPA/CNPq) e visa, entre seus objetivos, estimular reflexões e debates sobre as práticas religiosas dos sujeitos amazônicos entre os profissionais, pesquisadores e a comunidade acadêmica.

Será produzido um e-book como resultado das conferências, mesas e GTs.

O evento será no formato híbrido, com a apresentação das atividades dos Grupos de Trabalho sendo efetuadas pela modalidade online.

São três os Grupos de Trabalho que recebem submissão de propostas de artigos até o dia 31 de agosto de 2023:

- GT 1: Católicos, protestantes, pentecostais e neopentecostais na Amazônia;

- GT 2: Modos de Vida no Ambiente Amazônico e as suas múltiplas e dinâmicas expressões religiosas;

- GT 3: Religiões Afro-Diaspóricas: Construções Políticas e Resignação Simbólicas.

Para maiores informações e inscrições, acesse https://www.religiosidades.com/

A Educação Quilombola ficará para quando, SEDUC?



O prof. dr, Flávio Gomes estará em Belém/PA nesta semana. Ele, que já foi professor na UFPA na década de 1990, hoje é professor permanente nos programas de pós-graduação em História da UFRJ.

Gomes angariou em sua jornada acadêmica merecido reconhecimento nacional pelos seus estudos sobre o Brasil colonial e pós-colonial, escravidão, quilombos, campesinato e Amazônia, além de já ter sido premiado internacionalmente por sua obra.

No dia 17 de agosto, as 19h, na Estação Gasômetro, Gomes ministrará a palestra "História e formação dos quilombos na Amazônia: do século XVIII ao tempo presente".


EDUCAÇÃO QUILOMBOLA NO PARÁ

Numa das vindas do eminente professor à cidade de Belém/PA, tivemos a honra de trabalhar juntos/as no Grupo de Trabalho "Movimentos Sociais e Lutas Sócio-Territoriais: Olhares Sobre a África e a América Latina", do Seminário Internacional América Latina - SIALAT, promovido pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos - NAEA/UFPA, em novembro de 2017.

Amaral, Tony, Giovana e Flávio, SIALAT 2017

Naquela oportunidade, apresentamos uma pesquisa em desenvolvimento que demonstrava o quão insatisfatório era o atendimento da Secretaria de Estado de Educação do Pará- SEDUC, tendo a frente seu departamento responsável para esse assunto, a Coordenadoria de Educação para a Promoção a Igualdade Racial - COPIR, ao que determina a Resolução do Conselho Nacional de Educação nº 08//2012, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica.

Ver aqui o artigo: FERREIRA, Giovana; VILHENA, Tony. "Educação para a territorialidade: uma análise dos projetos pedagógicos...". SIALAT, 2017. Anais... Belém: NAEA, 2017, p. 1347-1360.

Embora houvesse boas iniciativas da COPIR/SAEDUC, sobretudo, na que consistia na elaboração de um Plano Estadual para a Educação Quilombola, vários obstáculos impediam qualquer avanço: equipe técnica reduzida, falta de representatividade quilombola na equipe e ausência da oferta de Ensino Médio nas escolas das comunidades quilombolas.

Pasmem, no Pará, estado da quarta maior população quilombola do país não havia formalizada nenhuma Escola Quilombola de Ensino Médio.

Até em 2013, para o/a aluno/a se matricular na SEDUC não havia identificação se ele/a era quilombola. A SEDUC só procurou identificar os/as alunos/as quilombolas/as quando alertada que essa identificação representava maior aporte de dinheiro do Governo Federal nos repasses obrigatórios de verbas.

Ainda era o Governo Jatene, mas já apontávamos na nossa pesquisa para a necessidade de criação de uma estrutura específica para atender à educação escolar quilombola, sob a coordenação de um/a professor/a quilombola, composta por uma equipe com expertise na temática e de maioria quilombola. Esta Coordenação de Educação Escolar Quilombola teria representações nas Diretorias Regionais de Ensino - DRE - que apresentem presença de comunidade quilombola

Mas, vergonhosamente, ao invés de se aproximar das comunidades e atender os anseios de construção de escolas quilombolas, regulares e tecnológicas, a SEDUC preferiu espalhar um sistema de ensino pela televisão, com o apoio de uma fundação vinculada a um banco privado.

EDUCAÇÃO QUILOMBOLA E GOVERNO HELDER

O primeiro governo Helder Barbalho também muito frustrante para que esperava algum sinal de avanço no atendimento da Educação Quilombola. Ver nossa matéria: Após um ano paralisada, COPIR deve retomar seus projetos.

Mesmo que a pauta do combate ao racismo tenha se espalhado pelo mundo, com o Movimento Vidas Negras Importam (Black Lives Matter), impulsionado pelo assassinato covarde de um homem negro pela polícia de Minneapolis, nos EUA, em 25 de maio de 2020, na SEDUC não houve nomeação e orçamento definido para o trabalho da COPIR. Sim, aqui foi o governo Helder que colocou seus joelhos no pescoço da educação antirracista, sufocando-a.

Os Educação Indígena só se movimentou porque, depois de serem enrolados por meses, os povos Gavião/Pakategê, Amawé e Tembése se organizaram e ocuparam a sede da SEDUC, só saindo após garantirem o cumprimento de suas pautas por parte do órgão governamental.

Agora, no seu segundo governo, enfim, saiu a nomeação de coordenação para a COPIR, retornando para o posto o professor Amilton Gonçalves Sá Barretto, referência em políticas para a igualdade racial.

Entretanto, retornar a COPIR não basta. Há de se criar uma coordenação específica para a Educação Quilombola, coordenada por um/a quilombola e com equipe composta majoritariamente por quilombolas.

Até porque, se antes poderia haver a desculpa de não haver quilombolas capacitados/as para assumir os cargos técnicos, hoje esta desculpa não funciona mais. Pois, somente na UFPA, que estabeleceu o Processo Seletivo Especial para Quilombolas, em 2013, já se formaram quase 200 nas mais diversas áreas do conhecimento.

Claro, são as entidades quilombolas que devem estabelecer suas prioridades, mas sabemos que duas tarefas são urgentes:

1- Elaborar o Plano Estadual e Educação Quilombola, prevendo, inclusive, suas bases curriculares, calendário, material didático, alimentação, etc.;

2- Responder aos pedidos formalizados pelas comunidades quilombolas de abertura de escolas de Ensino Médio Regular e Tecnológico em localidades que apresentam demanda suficiente; e assessorar outras comunidades para que formalizem o pedido de providências para o atendimento do Ensino Médio.

AMEAÇAS AOS DIREITOS DE QUILOMBOLAS

Três momentos, enquanto fazíamos a pesquisa, chamaram a nossa atenção e mostram como os ataques aos direitos das comunidades quilombolas devem ser respondido pelo poder público com maior integração de suas pastas:

- Direto à alimentação escolar: No dia 14 de maio de 2015, no Fórum da Alimentação Escolar Quilombola de Oriximiná, enquanto as representações das associações quilombolas reivindicavam reformulação do cardápio e que a Prefeitura adquirisse os produtos diretamente da agricultura familiar mantida pelas comunidades quilombolas, a nutricionista do setor de alimentação escolar da Secretaria Municipal de Educação denunciou aos prantos que estava sob ameaça anônima de morte por ter proposto a alteração do modus operandi da aquisição, armazenamento, distribuição e preparo da nutrição dos/as estudantes, o que hipoteticamente desagradou alguns fornecedores viciados.

Reunião sobre alimentação escolar, em Oriximiná

-Direito de ir e vir e direito à educação: No dia 24 de maio de 2016, a Câmara Municipal de São Miguel de Guamá realizou audiência pública para tratar das políticas públicas implementadas em comunidades quilombolas do município. Enquanto as lideranças apresentavam as dificuldades para acesso aos serviços públicos, uma senhora da Comunidade Quilombola do Canta Galo relatou os severos ataques de fazendeiros que retiram madeira, derrubam açaizeiros e cacaueiros e poluem os igarapés, contando com a inoperância do Estado e com ameaças públicas. Inclusive, um dos fazendeiros fechou a única estrada que viabilizava a passagem do transporte escolar das crianças da comunidade, fazendo-as caminhar mais de seis quilômetros para pegar o ônibus. Para a surpresa negativa da plenária, o prefeito da cidade, que participava da Audiência, reagiu às denúncias prometendo que iria pessoalmente conversar com o fazendeiro, visto que eram amigos, para pedir que desbloqueasse o caminho. Desta forma, um direito básico, o de ir e vir, que estava associado ao direito à educação das crianças, ficaria pendente ao acordo de “amigos”, não garantido conforme o legislado e sem a participação direta e autônoma das maiores interessadas na questão: as famílias quilombolas.

Mesa de audiência pública, na Câmara Municipal de São Miguel do Guamá

- Direito à segurança pública: Já no dia 12 de julho de 2016, na Comunidade Remanescente de Quilombo de Abacatal, área rural do município de Ananindeua, na confluência do populoso bairro do Aurá, ocorreu uma Audiência Pública para tratar de temas diversos, visando a melhoria das condições de vida daquela população. A organização do encontro foi da Comissão de Defesa da Igualdade Racial e Etnia e Direitos dos Quilombolas da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB/PA). Entretanto, “segurança pública” foi o tema que mereceu maior destaque na Audiência. Pois os/as moradores/as relataram o estado de pânico que havia tomado conta do local devido às sucessivas ameaças de invasão do território quilombola por criminosos que agem na vizinhança. A tensão agravara-se devido a comunidade fazer oposição e resistir à atuação de pessoas supostamente ligadas ao tráfico que buscam homiziar-se na área pertencente á comunidade.

Audiência pública na Comunidade de Abacatal

QUILOMBOS SÃO LIBERDADE E (R)EXISTÊNCIA 

Aprendemos com as lideranças quilombolas que quilombos são lugares de encontro, de existência, que tem a ver com a autoafirmação de se perceber a agir no mundo, e resistência, que tem a ver com o histórico de lutas e invenções de tecnologias para organização comunitária e produção econômica. Logo, é de um reducionismo inaceitável associar os quilombos a lugarejos distantes onde vivem "pessoas descendentes de escravos que fugiram". Pois, na verdade, são espaços de pessoas livres, que lutaram por sua liberdade e que estabeleceram novas relações sociais, preservando valores de sua ancestralidade.

A SEDUC precisa respeitar essa história e garantir a execução da responsabilidade que lhe cabe.

sábado, 12 de agosto de 2023

Os Diálogos Amazônicos devem continuar

RELATÓRIO DO EVENTO PROPOSTO PELO INSTITUTO RAMAGEM 



Há uma semana Belém fervilhava com os encontros promovidos pelos Diálogos Amazônicos, evento que reuniu mais de 27 mil pessoas e precedeu a Cúpula da Amazônia: reunião das representações dos 8 países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica - OTCA: Brasil, Equador, Venezuela, Bolívia, Guiana, Peru, Suriname e Colômbia.

Nos Diálogos Amazônicos, movimentos sociais de diversas pautas, representações de organizações populares do campo e da cidade e agentes governamentais debateram e elaboraram propostas para que a Cúpula da Amazônia decidisse quais ações conjuntas adotariam em relação às mudanças climáticas e participação na COP 28, que será em Dubai - Emirados Árabes Unidos, em dezembro de 2023.

Grandes plenárias e inúmeros eventos de grupos menores foram realizados.

AÇÃO DESENVOLVIDA

Nós do Instituto Ramagem garantimos a nossa agenda no dia 04, sexta-feira, de 12 as 14h, na sala 12 do Hangar, intitulada "Diálogos inter-religiosos em defesa do meio ambiente", sob a coordenação da cientista da religião Giovana Vilhena e do cientista político Tony Vilhena.

Na abertura, contamos com a participação da Jucilene Alves e Isabel Pereira, do Instituto de Estudos da Religião - ISER, que apresentaram a importante iniciativa Fé no Clima, que busca engajar lideranças religiosas para conscientização de suas comunidades de fé no enfrentamento à crise climática.

Em seguida, partimos para a missão de reunir diagnósticos e propostas para quatro eixos:

Eixo 1: Garantia de direitos à vida, à saúde e à sustentabilidade de povos e comunidades tradicionais/ povos da floresta e das águas e de seus territórios. 

Eixo 2: Desenvolvimento sustentável integrado, justiça ambiental, racismo ambiental e trabalho.

Eixo 3. Construção de um projeto panamazônico no contexto dos impactos das mudanças climáticas. 

Eixo 4: O papel das religiões na crise climática. 


O relatório da atividade está aqui


PARTICIPAÇÃO




Contamos com 32 participantes, que arregaçaram as mangas num trabalho muito comprometido.

De entidades, podemos contar com:
- Associação de Cientistas da Religião do Pará - Acrepa,
- Conselho Brasileiro de Druidismo e RC - CBDRC,
- Instituto de Estudos da Religião - ISER,
- Comissão de Liberdade Religiosa da OAB/SP e PA,
- Lab. Cidade,
- Ministério da Cultura;
- Secretaria de Estado de Educação do Pará - SEDUC,
- Secretaria Municipal de Educação de Belém - SEMEC,
- Secretaria Municipal de Educação de Parauapebas - SEMED,
- UFRA,
- UEPA,
- FGV - EAESP.


NOSSO RECADO

Após quatro anos de retrocessos de um governo que oprimiu o nosso povo e o sufocou - para nossa tristeza isso não é uma metáfora, vide a omissão do Governo Bolsonaro na pandemia da COVID-19, os Diálogos Amazônicos chegaram em boa hora para refazermos contatos e rearticularmos nossas lutas.

A pauta foi diversa, o encontro foi corrido e até o momento não obtivemos a sistematização das propostas levantadas.

Muita gente se esforçou para participar. Muitas vezes com o básico de recursos para sair de sua cidade e vir a Belém. Somente atuando nos bastidores para saber que o esforço de muitos/as militantes anônimos/as foi que garantiu a hospedagem, o transporte e a alimentação daquelas pessoas.

Os Diálogos não podem ficar contidos num super evento, devem continuar.

Pois, as populações amazônicas não podem estar somente para a figuração das fotos de quem está no poder, mas, num processo democrático participativo, devem ser protagonistas das decisões que lhes afetam.

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Venha somar na atividade "Diálogos inter-religiosos em defesa do meio ambiente"

O Instituto Ramagem convida você para se juntar conosco na atividade "Diálogos inter-religiosos em defesa do meio ambiente", que acontecerá na sexta-feira, dia 04 de agosto, na sala 12 do HangarCentro de Convenções & Feiras da Amazônia, Belém/PA.

Trabalharemos para levantamento de propostas dos seguintes eixos:

- 1: Garantia de direitos à vida, à saúde e à sustentabilidade de povos e comunidades tradicionais/ povos da floresta e das águas e de seus territórios.

2: Desenvolvimento sustentável integrado, justiça ambiental, racismo ambiental e trabalho.

- 3. Construção de um projeto panamazônico no contexto dos impactos das mudanças climáticas. 

- 4. A escolher na hora.

O evento integra os Diálogos Amazônicos, um conjunto de iniciativas da sociedade civil organizada com o objetivo de pautar a formulação de novas estratégias para a região, e é parte inicial da programação da Cúpula da Amazônia, que se estenderá até 9 de agosto na capital paraense, e seus resultados serão apresentados por representantes da sociedade civil aos líderes reunidos na Cúpula.

Oito países da Amazônia Internacional (Brasil, Equador, Venezuela, Bolívia, Guiana, Peru, Suriname e Colômbia) estarão representados, além de países convidados como mais os dois Congos [República do Congo e República Democrática do Congo] e Indonésia. O presidente Lula já confirmou presença como anfitrião. O objetivo é construir uma posição conjunta que será levada à conferência do clima das Nações Unidas, a COP 28, nos Emirados Árabes, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.

Inscrição e credenciamento em:

https://www.gov.br/secretariageral/pt-br/assuntos/dialogosamazonicos