sexta-feira, 10 de julho de 2020

Convite para live do grupo Fé Cidadã: sábado, às 20h, no Insta. Participe!


O grupo Fé Cidadã é um movimento de evangélicos/as que levantam debates sobre  engajamento frente aos dilemas da realidade social.
Seu primeiro debate promovido virtualmente foi sobre os desafios de exercer a fé cristã e a cidadania nos tempos atuais.
Agora, na sua segunda live, o teólogo e doutor em Ciências da Religião Moisés Coppe vai falar sobre questões trabalhistas.
O bate-papo será neste sábado, dia 11 de julho, às 20h, no Instagram, em https://www.instagram.com/gidalti_prof/. Acesse por aqui.

Moisés Coppe também é escritor, tendo entre suas obras e publicações:
- Crônicas de uma alma "subversiva";
- Juventude na estrada: considerações para uma ação pastoral;
- A casa (e)terna: conversas com Rubem Alves;
- Piedade, responsabilidade e política: história e memória da União Cristã dos Estudantes do Brasil - UCEB.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Série documental "O Olhar Que Vem de Dentro", na TV Brasil

A TV Brasil está exibindo a série documental "O Olhar Que Vem de Dentro", que foi produzida pela Saci Filmes, que é uma produtora amazônica de áudiovisual, com recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro (Prodav).

A série está no Facebook - ver taser aqui 

São 13 episódios de 13 minutos de duração que mostram experiências religiosas a partir do olhar de crianças. Os vídeos podem ser muito bem usados em formações sobre diversidade religiosa e em atividades pedagógicas nas escolas, observando a classificação indicativa de 12 anos de idade.

Os diretores envolvidos nesta produção são Pedro Sotero (episódios 1 a 3), Pedro Von Kruger (episódio 9) e Sérgio de Carvalho (4 a 8 e 10 a 13).
Apresentamos aqui a sinopse dos 13 episódios, usando as informações dos diretores:

1º EPISÓDIO - MARIA CARLA, DA JUREMA SAGRADA
Maria Carla, tem 11 anos, mora em Recife e faz parte da Jurema Sagrada, religião de origem indígena do Nordeste do Brasil, que recebe influência das matrizes africanas e do catolicismo popular. Por participar de uma religião que pouco conhecida, Maria Carla sofre intolerância religiosa dos seus colegas da escola. 

2º EPISÓDIO - THALISSON LUIZ, NAGÔ DE PERNAMBUCO
“Eu sou de Xangô, Ogum e Oxum”, assim se define Thalisson Luiz, do Nagô de Pernambuco. Thalisson faz parte de uma religião de matriz africana, isso o coloca na linha de frente de preconceitos relacionados a sua religião, tendo que deixar duas escolas por sofrer bullying e agressão física. Thalisson mostra a diversidade, a crença e a história dos Orixás.

3º EPISÓDIO - LETÍCIA CARVALHO, DA IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS
Leticia Carvalho é mórmon e faz parte da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Leticia tem 9 anos e conta sobre a origem da religião mórmon e enfatiza a importância do livro dos mórmons como um pilar para a sua religião, o episódio mostra o cotidiano de Leticia e sua família e as tradições mórmons.

4º EPISÓDIO - JOÃO PEDRO, DO BUDISMO KADAMPA
João Pedro tem 11 anos e faz parte do Budismo Kadampa, fundada pelo grande Mestre Budista indiano Atisha (982-1054). João explica se tornou budista por escolha própria e não por influência dos pais. João Pedro é devoto da Buda Tara Verde, Buda feminino que manifesta a sabedoria suprema e é conhecida por ser a Mãe Sagrada, protetora dos perigos imediatos e importante durante o crescimento espiritual.

5º EPISÓDIO - MEL, DO JUDAÍSMO MASORTI
Melissa tem 10 anos é judia e mora em São Paulo. Mel é neta de refugiados da segunda guerra mundial, ela conta a história da chegada de seus avôs no Brasil trazendo as tradições judaicas, a pequena judia e sua mãe mostram os costumes de sua família em relação a alimentação, educação e rituais envolvendo a fé.

6º EPISÓDIO - JOÃO NOÉ, DO SANTO DAIME
Na Comunidade Fortaleza, no município de Capixaba/Acre, mora João Noé de 12 anos que ama e zela pela floresta. João é praticante do Santo Daime, uma doutrina cristã com influência indígena, católica e africana, recebida e edificada pelo Mestre Raimundo Irineu Serra. O episódio mostra ainda o bailado, a farda e os hinos cantados durante o trabalho espiritual.

7º EPISÓDIO - MARIA LUZ, DA ARCA DA MONTANHA AZUL
A Arca é uma religião que adora vários deuses e faz uso da Ayahuasca. Maria Luz mora em Cabo Frio e faz parte da Arca junto com sua família. Maria Luz mora em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, e faz parte da Arca junto com sua família. 

8º EPISÓDIO - KATHELLYN, DO CANDOMBLÉ
Kathellyn mora no Rio de Janeiro, ela e sua família fazem parte do Candomblé. Kathellyn mostra todos os Orixás no início do episódio, e no decorrer dele apresenta o barracão que frequenta e os costumes e rituais da sua religião. O Candomblé é uma religião de matriz africana derivada do animismo, sendo um dos principais alvos de intolerância religiosa no país, Kathelyn e sua irmã já foram alvo de agressões na rua. 

9º EPISÓDIO - HARIDAS, DO VAISHNAVA (HARE KRISHNA)
Haridas é praticante da tradição do hinduísmo Vaishnava (Hare Krishna), mora no interior de São Paulo (em Pinhamonhangaba) no Nova Gokula. A tradição Vaishnava começou há mais de 5 mil anos e prega respeito aos seres vivos e não apego a bens materiais. Haridas e sua família contam os ensinamentos do Hare Krishna e mostram seus rituais e costumes que passam de geração para geração.

10º EPISÓDIO - YARA AL-TINAWI, DO ISLAMISMO
Yara é mulçumana, uma praticante do Islamismo, ela e sua família vieram para o Brasil, refugiados da guerra na Síria. Yara apresenta seu cotidiano em São Paulo e como mantém as tradições islâmicas nesse novo contexto de vida.

11º EPISÓDIO - CALINE TEODORO, DA CASA DA BENÇÃO - IGREJA DA FAMÍLIA
O ballet é a vida da Caline Teodoro, bailarina desde criança ela e sua mãe administram uma escola de ballet em Rio Branco, Acre. Caline é evangélica e frequenta à Casa da Benção - Igreja da Família. Através da dança ela reforça sua fé em Deus. A bailarina compartilha seus sonhos nesse episódio e apresenta sua rotina e de sua família.

12º EPISÓDIO - DAVIH, DO CATOLICISMO
Davih e sua família são católicos, seu pai é diácono e ele coroinha. Davih frequenta com sua família uma comunidade católica no bairro Cidade do Povo, em Rio Branco/AC. No episódio é exibido o ritual da Semana Santa, tradição da religiosa católica que celebra a Paixão, a Morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

13º EPISÓDIO - BUNI HUNI KUIN, DO CENTRO HUWÃ KARU YUXIBU
Buni Huni Kuni tem 8 anos, é do povo indígena Huni Kuin, veio da floresta para morar na cidade de Rio Branco/AC para estudar. Ela faz parte do Centro Huwã Karu Yuxibu criado para estimular o fortalecimento da cultura Huni Kuin na cidade. Buni relata o sentimento de tristeza por estarem destruindo a floresta e narra as diferenças de sua vida na cidade e em sua comunidade indígena.

Com informações da EBC Brasil

Sociologia e a pandemia do Corona Vírus


Prof. Tony Vilhena

Leio aqui as páginas de 1968: o ano que não terminou, de Zuenir Ventura, com os debates daquela época, e penso “será que 2020 também no futuro será conhecido assim, um ano que não terminou? E os debates de hoje com as lives da Anitta, o Big Brother Brasil alongado para agradar a população em quarentena ou os twitters atualíssimos e ativistas do Felipe Neto. 
Bem, já dissemos que a sociologia é uma ciência. O que ocorre é que muitas vezes nós temos uma visão limitada do que é ciência e sobre o que fazem os/as cientistas.
Muitos/as de vocês podem lembrar do cientista como aquela pessoa num laboratório cheio de frascos de vidros, microscópio, uma leve fumaça no ambiente, roupas brancas, óculos e assim vai. O que não está errado. Mas ciência é só isso.
A sociedade moderna com suas rápidas transformações no modo de produzir bens, gerar relacionamentos sociais, buscar soluções para vários problemas de desigualdade necessitou da uma ciência especialista em analisar e propor soluções para estes problemas. A sociologia é, como diz o sociólogo Pedro Demo, na obra Sociologia: uma introdução crítica, “o tratamento teórico e prático da desigualdade social” (1995, p.11).
Pensando nesta pandemia, enquanto outras ciências buscam vacinas, tratamento de infectados com maior eficácia, propostas para salvar a economia, a Sociologia dialoga com todas na busca de explicar o fenômeno, e com os seus métodos pode investigar:
- Por que aumentou o número da violência doméstica?
- Como se agravou superexploração dos entregadores de aplicativos?
- Como grupos sociais reagiram a obrigatoriedade do distanciamento social?
São perguntas as quais a Sociologia, com os seus diversos métodos, pode dar respostas e com isso contribuir para o melhoramento da sociedade.
Quais outras problemas agravados nesta pandemia que você acha que a Sociologia pode pesquisar?

Referências:
DEMO, Pedro. Capítulo 1: Posições básicas. ______. Sociologia: uma introdução crítica. São Paulo: Atlas, 1987. P. 7-38

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Pe. João Maria nos deixa, mas as sementes ecumênicas frutificam

Celebração religiosa pelos 50 anos do Hospital Barros Barreto, em 14/09/2009
Foto: Equipe de Comunicação/HUJBB/UFPA

Recebi ontem, dia 02 de julho, a notícia do retorno do Pe. João Maria Van Doren ao seio da criação. Ele havia retornado do Brasil para a sua terra natal, a Holanda, devido à idade avançada e complicações de saúde, após atuar em Belém desde a década de 1960 nas Paróquias de Nsa. Sra. Aparecida (24 anos) e Santa Cruz (8 anos).
Na foto acima (da esquerda para direita: eu da Metodista, Rev. Marcos Barros da Episcopal Anglicana, Pr. Evandro Andrade da Assembleia de Deus e Pe. João Maria da Católica Apostólica Romana), estamos numa celebração ecumênica de aniversário de 50 anos do Hospital Universitário João de Barros Barreto, em Belém do Pará.
Estes foi um dos encontros ecumênicos que participamos juntos. Mas o primeiro, que eu lembro com ternura e orgulho, foi no auditório do Centro de Evangelização de Nossa Senhora de Fátima numa formação para a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2000, que pedia "um novo milênio sem exclusões". Naquela altura, ele já era uma referência religiosa no estado do Pará. Pois, além de reconhecida atuação em prol do diálogo religioso, dois anos antes ele havia sido refém e figura importante para a resolução de uma sangrenta rebelião no Presídio São José. E eu tremia na base. Ele fez questão de me colocar em local de maior evidência, num gesto de acolhimento e gentileza ímpar. 
A casa que abrigava os religiosos da sua Ordem dos Crúzios ficava na Trav. Barão do Triunfo, mesma rua da Igreja Metodista. Então, facilitava visitas mútuas. Várias vezes o Pe. João Maria pregou na Metodista. Andava com desenvoltura no bairro da Pedreira com sua bicicleta.

Foto: Cláudio Augusto
Foto: Cláudio Augusto
Uma vez fui merendar na sua casa e articular uma celebração ecumênica. Prestei atenção que entre o jardim e o portão da casa havia uma pequena plantação desordenada de feijão e, por mera curiosidade, perguntei quem havia plantado. A história que ele me contou sintetiza sua fé e seu testemunho.
Disse-me o padre que um dia um pedinte tocou a campainha querendo doações. Não havendo ainda comida pronta na casa, Pe. João juntou rápido numa sacola vários gêneros alimentícios e levou para doar. Mas o cidadão atendido ficou muito contrariado, exigindo ajuda somente em dinheiro. Ao ver que não teria o dinheiro, irritou-se com o padre e o arremessou de volta um saco de feijão, indo embora. Ao atingir o padre, o feijão se espalhou no chão, brotou e cresceu. Enquanto eu pensava em vários xingamentos para aquele homem ingrato e imagina como aplicar cada um se eu estivesse lá naquele momento, Pe. João concluiu seu relato dizendo que aqueles pés de feijão eram sinal de evangelho: do amor que leva à doação, mesmo não aceita, não entendida ou não agradecida.
Quantos outros frutos temos hoje do seu trabalho missionário? Tenho certeza que são incontáveis. Nossa gratidão, pe. João, e sua bênção.

Prof. Tony Vilhena
(Ex-coordenador do Conselho Amazônico de Igrejas Amazônicas - CAIC)