quarta-feira, 8 de julho de 2020

Sociologia e a pandemia do Corona Vírus


Prof. Tony Vilhena

Leio aqui as páginas de 1968: o ano que não terminou, de Zuenir Ventura, com os debates daquela época, e penso “será que 2020 também no futuro será conhecido assim, um ano que não terminou? E os debates de hoje com as lives da Anitta, o Big Brother Brasil alongado para agradar a população em quarentena ou os twitters atualíssimos e ativistas do Felipe Neto. 
Bem, já dissemos que a sociologia é uma ciência. O que ocorre é que muitas vezes nós temos uma visão limitada do que é ciência e sobre o que fazem os/as cientistas.
Muitos/as de vocês podem lembrar do cientista como aquela pessoa num laboratório cheio de frascos de vidros, microscópio, uma leve fumaça no ambiente, roupas brancas, óculos e assim vai. O que não está errado. Mas ciência é só isso.
A sociedade moderna com suas rápidas transformações no modo de produzir bens, gerar relacionamentos sociais, buscar soluções para vários problemas de desigualdade necessitou da uma ciência especialista em analisar e propor soluções para estes problemas. A sociologia é, como diz o sociólogo Pedro Demo, na obra Sociologia: uma introdução crítica, “o tratamento teórico e prático da desigualdade social” (1995, p.11).
Pensando nesta pandemia, enquanto outras ciências buscam vacinas, tratamento de infectados com maior eficácia, propostas para salvar a economia, a Sociologia dialoga com todas na busca de explicar o fenômeno, e com os seus métodos pode investigar:
- Por que aumentou o número da violência doméstica?
- Como se agravou superexploração dos entregadores de aplicativos?
- Como grupos sociais reagiram a obrigatoriedade do distanciamento social?
São perguntas as quais a Sociologia, com os seus diversos métodos, pode dar respostas e com isso contribuir para o melhoramento da sociedade.
Quais outras problemas agravados nesta pandemia que você acha que a Sociologia pode pesquisar?

Referências:
DEMO, Pedro. Capítulo 1: Posições básicas. ______. Sociologia: uma introdução crítica. São Paulo: Atlas, 1987. P. 7-38

Nenhum comentário:

Postar um comentário