quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Escola pública de Parauapebas é premiada em Feira de Ciências por pesquisar diversidade religiosa

Gabriela Silva e Adryel Dias apresentam a pesquisa na FEPACTI
De 11 a 14 de novembro, ocorreu a IV Feira de Parauapebas de Ciências, Tecnologia e Inovação (FEPACTI), que é um encontro para estimular o engajamento de jovens nas ciências. A Feira contou  com participações internacionais de estudantes, além de representações de escolas públicas e particulares de vários estados do Brasil.

Nos vários estandes que ocuparam todo o Ginásio Poliesportivo da cidade de Parauapebas pode-se conhecer as experiências de iniciação científica por nível de ensino, pesquisas desenvolvidas por estudantes em diferentes áreas de conhecimento e propostas de soluções de problemas sociais e ambientais.

A Escola Estadual de Ensino Médio Cecília Meireles foi premiada ao apresentar a pesquisa intitulada Mapeamento da diversidade religiosa no bairro União, sendo este o bairro de localização da escola em Parauapebas. A pesquisa foi realizada pelo Laboratório de Ciências Sociais, representado pelas inscrições dos estudantes Adryel  Dias, Yarisson Carvalho e Gabriela Silva, todos do 3º ano, sob orientação da Profa. Giovana Vilhena e do Prof. Tony Vilhena. Além de troféu e medalhas, os estudantes ganharam bolsas integrais de cursos técnicos das instituições patrocinadoras da Feira.


Prof. Tony Vilhena, Profa. Giovana Vilhena, Sra. Elizete Silva e sua filha Gabriela Silva na premiação
 Como surgiu o interesse pelo tema?

Numa aula de sociologia que tratava de diversidade cultural, os estudantes levantaram a questão de observação do bairro da escola, onde há um cenário de pluralidade de instituições religiosas. Na hora fizeram duas perguntas: há algum tipo de diálogo ou relação entre as representações religiosas do bairro e o porquê de não se observar representações de religiões de matrizes africanas. 

 

Objetivos da pesquisa.

Posteriormente, foram traçados os seguintes objetivos:

- Geral: Mapear a presença da diversidade religiosa no bairro União, em Parauapebas/PA.

- Específicos: Detectar quais as religiões mais representadas no bairro; Averiguar se entre as representações religiosas presentes no bairro há alguma relação, ação comum, experiência de diálogo; Apurar se há presença de religiões de matrizes africanas no bairro.

 

Como foi a pesquisa?

Usando o Google Maps (serviço gratuito da empresa Google que disponibiliza na internet imagens e mapas obtidos via satélite), foi feita a pesquisa “Bairro União em Parauapebas” e depois “Igrejas no Bairro União em Parauapebas” para comparar se havia muita diferença nas informações dos dois mapas, pensando que ao lançar a palavra “religião” poderia-se verificar mais representações, além das várias “igrejas” que pertencem ao cristianismo (Católico Romano e Evangélico/Protestante).

Foram dividas equipes para fazer estudo de campo com registro fotográfico de presença de instituições, monumentos, edificações ou templos religiões no bairro.

 

Curiosidade dos bastidores

Havia uma preocupação de encontrar religiões afro-brasileiras ou de matrizes africanas no trabalho de campo. Pois temia-se em ter que publicar ou divulgar sua localização, visto que há no cotidiano uma postura racista da sociedade que discrimina, persegue e “demoniza” estes cultos, havendo casos de depredação de prédios e templos afro-religiosos, além de ataques violentos aos seus seguidores. Ficou decido que caso encontrado um terreiro, ele seria citado, mas só seria identificado com localização caso fosse encontradas divulgações de seu endereço em placas, faixas ou murais que tornassem público e notório sua presença ou sob consulta de seus responsáveis.



 Resultados da pesquisa

Ao lançar no Google Maps buscas com as palavras “religião de matriz africana”, “terreiro” e “afro-brasileiro”, não houve nenhum destaque ou direcionamento no bairro. Se há presença destes cultos, ocorre de modo “silenciado” ou “invisível”. Após sucessivas caminhadas e tentativas de encontrá-las, não se observou nenhum espaço ou templo afro-religioso. A presença deste segmento religioso está na periferia de Parauapebas e o União é um bairro central.

Embora haja muita diversidade no cenário pesquisado com cerca de 30 instituições religiosas, maioria formada por instituições cristãs, não percebeu-se relações, parcerias ou diálogos entre os segmentos presentes. O que pode significar que haja, na verdade, uma disputa quase mercadológica entre elas. 

Em breve, com o aprofundamento da pesquisa, poderemos ver o trabalho publicado. Abaixo, fotos da participação na FEPACTI.

 














sexta-feira, 15 de novembro de 2019

15 de novembro: Dia Nacional da Umbanda


A umbanda faz parte da diversidade religiosa brasileira.


Origem do Dia Nacional da Umbanda

O Decreto de Lei nº 12.644, de 16 de Maio de 2012, assinado pela presidente Dilma Rousseff, oficializa o dia 15 de Novembro como Dia da Umbanda no país.
A data, no entanto, já era comemorada por milhares de pessoas - principalmente os umbandistas - há muito tempo, pois foi a data em que o espírito de um caboclo anunciou a fundação da nova crença.
Na verdade, a escolha do dia foi uma decisão das entidades federativas do Rio de Janeiro, durante a I Convenção Anual do Conselho Nacional da Umbanda.
Origem da Umbanda
A umbanda surgiu em 15 de Novembro de 1908. Neste dia, um espírito teria se manifestado pela primeira vez em um jovem médium de 17 anos, Zélio Fernandino de Moraes (1891-1975), e mandado criar um novo culto, a Umbanda.

Zélio estava sofrendo com uma paralisia que nenhum médico da época conseguia explicar. Um amigo da família do garoto aconselhou que o levassem para a Federação Espírita do Rio de Janeiro, onde o jovem foi "possuído" pelo denominado caboclo das Sete Encruzilhadas, anunciando que deveria ser fundada uma nova religião no Brasil.


Fonte: https://www.calendarr.com/brasil/dia-nacional-da-umbanda/

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Enem 2019 traz questão sobre agressões contra as religiões de matrizes africanas


A prova azul do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) trouxe uma questão (nº 62) muito interessante sobre intolerância religiosa (veja imagem).
É importante tratar sobre esse problema, pois os "povos de terreiro" são perseguidos historicamente e a percepção de parte considerável da sociedade é de normalidade,.
Vale lembrar que o Enem trouxe o assunto da intolerância religiosa como tema da redação da prova de 2016.
O ENEM gera muita visibilidade. Suas questões geram debates e levantam a necessidade de apresentação nas escolas de assuntos que tratam de temas polêmicos, que setores conservadores querem evitar.
Especificamente sobre a questão acima, escolas que atendem a Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório ensino de história e cultura africana e afro-brasileira na Educação Básica, tendem a ter garantido um desempenho melhor de seus estudantes.
A professora Giovana Ferreira-Vilhena e o professor Tony Vilhena, que coordenam o Instituto Ramagem e promovem palestras em escolas públicas contra o racismo religioso, afirmam que "as produções culturais dos negros são historicamente alvo de perseguição, marginalização e demonização. Este fenômeno é parte do processo de legitimação da inferiorização das populações negras, chegando ao cúmulo de segmentos religiosos majoritários se acharem no direito de atacarem fisicamente fiéis e depredarem espaços afro-religiosos".
Lembram ainda que professores e professoras que tentam inserir estes conteúdos que tratam do respeito à diversidade religiosa e de conhecimentos sobre religiões de matrizes africanas são comumente perseguidos e atacados também dentro da escola.
No Pará temos um caso-exemplar que aconteceu na cidade de Salvaterra, no arquipélago do Marajó há 10 anos, quando um professor e uma professora promoveram evento pedagógico sobre religiões afro-brasileiras e acabaram sofrendo distrato de contrato com a Secretaria Municipal de Educação acusados pelo prefeito, evangélico, de “ensinar macumba” em sala de aula.
O gabarito oficial do Enem 2019 ainda não saiu, mas, antecipamos que o item correto da questão é a letra E. Pois a postura descrita no texto fere a liberdade de culto, visto que pelos dados apresentados a maior parte das agressões acontecem em local público (ruas e transporte coletivo). 

sábado, 2 de novembro de 2019

Convite: Roda de Conversa sobre Diversidade Religiosa


Neste sábado, dia 02 de novembro, às 19h, ocorrerá em Parauapebas uma roda de conversa sobre Diversidade Religiosa e Esfera Pública. O encontro será na Casa Forja de Ogum, que fica perto do DETRAN.

No cenário atual, quando observa-se a influência determinante de alguns segmentos religiosos majoritários na política e na ação do Governo, desprezando as demais perspectivas de fé e crença e querendo que toda a sociedade se comporte conforme sua visão de mundo, é importante ascender o sinal de alerta.

Interessante que este debate ocorrerá logo no início do mês de novembro, o Mês da Consciência Negra, e num espaço religiosos de matriz africana (Casa Forja de Ogum), chamando a atenção para a situação de perseguição e discriminação religiosa ainda tão comuns na sociedade brasileira.

Na oportunidade, teremos o lançamento do livro "Uma contribuição à história religiosa de Parauapebas" e sessão de autógrafos do escritor Avone Rocha, que é professor de história da Secretaria Municipal de Educação de Parauapebas e membro da Academia Parauapebense de Letras.
Fonte: Facebook de Avone Rocha
Serviço
Evento: Roda de conversa sobre diversidade religiosa.
Data:02 de novembro de 2019, sábado.
Hora: 19h.
Local: Casa Forja de Ogum.
Endereço: Rua Marupa, nº 14-A, Bairro: Martine, próximo ao DETRAN, Parauapebas/PA.