quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Fundamentalista ou ornamentista?

Hoje, 16 de novembro, é o Dia Internacional para a Tolerância, que foi instituído pela Organização das Nações Unidas, em reconhecimento à Declaração de Paris de 1995, com 185 Estados signatários.

Compartilhamos a reflexão abaixo, especialmente para pautarmos esta data.

Religião é uma casa construida.
A fundação que sustenta tudo não é visível, como a fé. Depois vem as colunas e paredes que são os ritos e tradições. No final colocamos o telhado de palavras... discursos. Mas, como em toda construção, o que dá realmente trabalho e onera a obra é o acabamento, a decoração, o ornamento, que nada mas são que firulas para o funcionamento da instituição religiosa e o exercício da crença.
Muitos estão preocupados apenas com estes detalhes. Até porque, como são ornamentos, podem disfarçar a sujeira na parede, encobrir o estado precário das colunas ou esconder a corrosão do piso. A manutenção da boa aparência do acabamento exige muito investimento e o afastamento de tudo que a ameace.
Como uma tia chata que tenta alucinadamente preservar a arrumação da casa num final de semana de visita dos sobrinhos inquietos e desastrados, os fundamentalistas se apegam com as aparências e defendem que é na boa aparência (roupas, costumes, comportamentos) que se expressa a boa religião. No entanto, por trás das aparências, suas estruturas são frágeis e sua fundação insegura.
Os fundamentalistas não deveriam ser chamados desta forma, mas sim de ornamentistas. Visto que de fundamento  mesmo eles não entendem de quase nada, muito menos se importam, apenas cuidam de cortinas, enfeites e outras decorações da fé, sua e alheia.

Por Tony Vilhena

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