Foto: Dudah Souza
Vergonha. Indignação. O monumento em memória de Mãe Doca (Noche Navakoly), símbolo da resistência dos Povos de Terreiros de Belém, inaugurado ontem às 7:30h da manhã, na esquina da Tv. Humaitá com a Av. Duque de Caxias, no bairro do Marco, não durou nem 24 horas. Já
foi destruído. Ato de racismo, intolerância religiosa, ou vandalismo
gratuito, seja qual for a motivação é inaceitável. O direito
constitucional e a cidadania precisam ser efetivados no nosso País.
Punição aos vândalos é o mínimo que se espera.
Noche
Navakoly (Mãe Doca) foi presa várias vezes e ainda assim não desistiu
da luta pelo direito à consciência religiosa. Manteve até 1969 o seu
Terreiro de Nagô Cacheu, fundado em 18 de março de 1891, na Tv. Humaitá,
próximo à Duque de Caxias, em Belém do Pará. Enfrentou a polícia e todo
tipo de preconceito em nome do direito ao culto religioso. O monumento
em sua memória, em Belém, é simbólico tanto da luta das mulheres quanto
dos segmentos negros e nos remete também ao mês de combate ao
preconceito às religiões de matriz africana, e, em especial, ao 18
de março, Dia Municipal das Religiões Afro-brasileiras. Só na Região
Metropolitana de Belém há registro de mais de três mil comunidades de
terreiros.
O
Decreto Legislativo nº 05/2009 - proposição da deputada Bernadete Ten
Caten(PT) - instituiu na Alepa a Comenda "Mãe Doca", em reconhecimento à
luta por cidadania e o direto humano de consciência religiosa, que as
lideranças de povos tradicionais de matrizes africanas até hoje
continuam, como herdeiros da mesma resistência que desde o final do
século XIX se mantém no enfrentamento ao racismo que demoniza as
tradições afro-amazônicas.
Fonte: Uruaratapera
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