quinta-feira, 23 de abril de 2015

I Congresso Brasileiro de História do Protestantismo no Brasil

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APRESENTAÇÃO

Caso nos proponhamos a um esforço compreensivo com o cuidado de eliminarmos sectarismos e preferências segmentares, haveremos de constar que a presença protestante no Brasil foi um elemento significativo – consideradas as condições de sua inserção e as características herdadas das missões fundadoras –, e determinante para a construção da sociedade brasileira.
Em vias de completarem-se 160 anos da chegada definitiva das missões protestantes no país, e às vésperas das comemorações dos 200 anos da reforma protestante do século XVI, que balanço a história nos permite fazer desta presença protestante.
Inscrições

Ao longo do século XX, em sua primeira metade, ensaios tímidos em geral provocados pela Confederação Evangélica do Brasil, se propunham a pensar as condições de vida e perspectivas do evangelismo brasileiro, não indo muito além da análise de conjuntura, interna e externa. Em 1985 a Associação dos Seminários Evangélicos do Brasil/ASTE realizou um congresso brasileiro (Teologia no Brasil: Teoria e prática) para pensar os caminhos de uma dimensão da vida da igreja protestante, a teologia, como outra especificidade, a evangelização, fora tratada dois anos antes no Congresso Brasileiro de Evangelização (1983). No ano seguinte, 1986, o Sínodo Riograndense realizou um simpósio (Simpósio de História da Igreja), mais afeito a experiência das tradições luteranas do chamado protestantismo de imigração. Em 1994, outra vez a ASTE, realizou um simpósio (História da Igreja em debate), que privilegiava as discussões sobre o lugar do ensino da “História Eclesiástica” na formação oferecida nas diversas instituições de ensino teológico, sem incidir sobre os caminhos do protestantismo no Brasil e uma historiografia de depusesse a respeito.
Ao longo do tempo, e sucedendo estas iniciativas lobos solitários, ou mais precisamente, algumas alcatéias solitárias, empreenderam esforços de congregar os estudos acerca da história do protestantismo no Brasil, perspectiva redimensionada em seguida no diálogo com outras áreas do saber que não a história, promovendo estudos sobre o protestantismo brasileiro, abrangente em suas diversas dimensões. A Área Protestante da Comissão para o Estudo da História da Igreja na América Latina/CEHILA, a Linha Protestantismo, na Associação Brasileira de História das Religiões/ABHR, e outros empreendimentos similares, esgotaram-se por contingências várias, e a herança do esforço permaneceu, modestamente.
As três últimas décadas, principalmente, assistiram uma explosão nos estudos sobre o protestantismo brasileiro, milhares de textos acadêmicos de diversas naturezas se multiplicaram, quase impossível de serem todos recenseados, o que sugere ao mesmo tempo a relevância do tema e também o universo de questões ainda não respondidas que provocam os estudos. O problema permanece: estudos atomizados e dispersos, embora algumas instituições tenham ao longo do tempo construído alguma tradição em estudos protestantes. Vários são grupos de pesquisa no Diretório do CNPq voltados ao protestantismo, mas com baixo índice de articulação entre si.
Parece, então, oportuno, que todo este empreendimento de décadas possa ser congregado ainda que em discreto lapso temporal, são quatro dias, num evento no qual interessados na história do protestantismo e suas muitas faces possam depor sobre suas investigações e pensar possibilidades de otimizar este grande esforço de forma associativa, com interlocuções necessárias, com vínculos formais, institucionais, temáticos, ou seja quais forem as perspectivas que se aventarem como mais promissoras.
Assim, nos chega este I Congresso Brasileiro de História do Protestantismo no Brasil, amplo, diverso, plural, reflexivo, investigativo e propositivo, em relação aquilo que tem sido produzido, e por isso mesmo, os desafios e perspectivas que se colocam para o estudo do protestantismo no Brasil.

É uma grande empreitada, e sejam todos bem vindos.

Universidade Federal de Campina Grande, janeiro de 2015.

Dr. João Marcos Leitão Santos
Coordenador Geral
CBHPB-2015

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