Foto: Luiz Souza/Futura Press/Estadão Conteúdo
- A manifestação foi convocada após a estudante Kayllane Campos, 11, levar uma pedrada na cabeça
Católicos, evangélicos, adeptos do candomblé, da umbanda e de outras
religiões se reuniram em um ato contra a intolerância religiosa na manhã
deste domingo (21), no largo do Bicão, na Vila da Penha, zona norte do
Rio.
A manifestação ocorre uma semana depois de a estudante
Kayllane Campos, de 11 anos, ter levado uma pedrada na cabeça quando
voltava de uma festividade do candomblé. Cerca de 400 pessoas participam
do ato neste domingo.
Kayllane, presente ao ato, disse se sentir "muito feliz e muito agradecida por tudo isso que está acontecendo".
A avó da menina, a mãe de santo Kátia Marinho, se surpreendeu com a
quantidade de segmentos religiosos que aderiram à manifestação. "Isso
prova que todos somos irmãos, cada um na sua fé. Todo mundo sofre com a
intolerância e temos que ter amor no coração", disse. A família de
Kayllane, cuja mãe é evangélica, é um exemplo de convivência pacífica
entre religiões. "Nossa convivência é ótima, eu nunca renegaria a minha
família", afirmou a menina.
Durante o ato, representantes de
cada religião se revezam ao microfone de um carro de som, entoando
cantos de seus respectivos credos.
No domingo passado, Kayllane e
outras sete pessoas voltavam de um evento religioso caminhando pela
avenida Meriti, na Vila da Penha, quando dois homens que estavam em um
ponto de ônibus do outro lado da rua começaram a insultar o grupo.
Com Bíblias sob os braços, os agressores gritavam "Sai demônio, vão
queimar no inferno, macumbeiros" e lançaram a pedra contra o grupo,
segundo Kátia Marinho. A pedra bateu em um poste antes de atingir
Kayllane, que chegou a desmaiar. Os dois agressores fugiram de ônibus.
O Conselho de Igrejas Cristãs do Estado do Rio de Janeiro (Conic-Rio)
divulgou uma nota de repúdio contra o ocorrido com Kayllane.
"A
violência destes homens é repugnante e não guarda nenhuma aproximação ou
semelhança com um comportamento religioso ou cristão. Pessoas que
praticam a violência em nome de Cristo não compreendem o evangelho e não
merecem ser chamadas de cristãs", diz a nota.
Fonte: UOL
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