Os retrocessos não cessam. Recebo uma denúncia que fere não
apenas a liberdade de expressão, mas também as Leis 10639/03 e 11645/08.
A Universidade ao invés de abrir um espaço de debate e diálogo para
enfrentar o preconceito religioso e em grande medida racial, escolheu o
caminho mais fácil, a demissão do professor que não abriu mão de educar e
formar com o compromisso de combater o fundamentalismo religioso, os
preconceitos e a ignorância promovida por igrejas que fizeram da fé um
mercado e dos fiéis consumidores.
As obras do professor Ivan Poli podem ser encontradas em seu perfil da Academia.Edu
Abaixo seu relato:
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Denúncia: O Fundamentalismo Religioso contra a Laicidade e os Valores Civilizatórios Africanos na Educação Brasileira faz suas Vítimas.
Primeiramente agradeço a este espaço editorial progressista
em tempos tão sombrios e de retrocessos em nome de minha ancestralidade
africana e os valores civilizatórios que herdamos destes ancestrais que
ajudaram a nos constituir enquanto Nação Brasileira, sobretudo os
valores civilizatórios africanos que pregam pelo respeito e amor ao “Espírito da Terra“ em que nascemos e que nos alimenta e nos acolhe a
nós afrodescendentes e que transformamos em nossa Pátria, assim como a
Terra de Nossos Ancestrais.
Em nome da Memória dos valores civilizatórios herdados de
minha ancestralidade africana e da Laicidade da Nação que acolheu
estes meus ancestrais venho denunciar a agressão que eu e minha obra
acadêmica sofremos pela defesa de tais valores na Educação Brasileira,
por parte do ódio e fundamentalismo religioso.
Sou um professor da Universidade de São Paulo e leciono a
disciplina de Etnicidades e Africanidades em um curso de pós Graduação
voltado sobretudo para militantes do Movimento Negro na Escola de
Comunicação e Artes desta Universidade.
Sou também um militante do movimento negro e autor de livros
sobre o Renascimento Africano reconhecido por autoridades políticas,
acadêmicas e tradicionais deste continente na defesa dos valores
civilizatórios africanos sobretudo na Educação.
Até semana passada fui professor de diversas disciplinas do
curso de Pedagogia da Universidade de Guarulhos pertencente ao Grupo Ser
até ser desligado devido ao baixo resultado de minha avaliação
institucional por parte dos alunos desta instituição como também devido à
diretiva do Grupo Ser em não desagradar estes alunos.
Devido minha larga experiência internacional em diversos
países e meu trabalho dentro da militância pela diversidade e questões
étnico-raciais fui contratado pela Coordenação Pedagógica em janeiro com
o objetivo de proporcionar aos alunos do curso de Pedagogia o
diferencial do repertório cultural e dos valores da diversidade tão
necessários a formação do Educador nos dias de hoje.
Ao iniciar apresentei minha obra dentro do Renascimento
Africano e Diversidade Cultural a quem pudesse interessar e falei em
questões relativas a esta diversidade que devemos falar das dimensões
sociológica (que forma corpos sociais) e pedagógica (que cria padrões de
comportamento que imitamos) que são funções civilizadoras dos mitos
africanos na Educação em cumprimento à lei 10639/03 assim como são
aceitos socialmente os mitos nórdicos e helênicos nestas dimensões e no
objetivo de descolonizar nosso currículo escolar, mas que não é correto
usar liturgias religiosas em sala de aula, como orar o Pai Nosso que é
uma prática comum em escolas públicas da Grande São Paulo que apesar de
ilegal pelo princípio de laicidade do Estado, nós que somos professores
sabemos que é socialmente aceita e praticada por professores cristãos
sobretudo evangélicos neopentecostais com o objetivo de “ acalmar os
alunos” sem que isso sofra qualquer punição. O que causou manifestações
adversas de alguns alunos.
Entre as disciplinas que lecionava estava Filosofia para
alunos do 5º semestre do curso em dois campi. Ao ver que o curso como
um todo não contemplava autores clássicos da educação essenciais na
formação do educador fiz a introdução destes autores ao que fui
autorizado e incentivado pela Coordenação com o objetivo de contemplar
conteúdos do exame de avaliação do curso ( ENADE) que seria realizado no
final do ano por estes alunos.
Usei inclusive minha obra acadêmica “ Pedagogia dos Orixás
“ resultado de minha dissertação de Mestrado cuja pesquisa gerou
diversos relatórios para a SEPPIR e MEC utilizados na implementação de
políticas públicas durante os governos Dilma. Usei os capítulos para
apresentar um autor clássico na Sociologia da Educação e outro na Área
de Psicologia da Educação presentes na obra ao que fui igualmente
autorizado pela Coordenação.
Para minha surpresa fui questionado em uma sala deste 5º
semestre pela representante que falou supostamente em nome da sala que
eu estava usando um livro religioso que haviam alunas que estavam se
recusando a ler devido a falar em Orixás no título, que corresponde ao
mesmo absurdo de um aluno ateu se recusar a ler o clássico de Max Weber
em Sociologia “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” por citar o protestantismo.
Em outra sala do mesmo campus em que usei o livro fui
denunciado por alunas à Coordenação por “fugir do programa e usar
livros inapropriados à disciplina de Filosofia, como o Pedagogia dos
Orixás” (onde usei autores clássicos de Sociologia da Educação e
Psicologia da Educação ausentes no programa do curso) e os textos
clássicos da Filosofia de Platão e Rousseau que fiz com autorização da
Coordenadora para se aproximar ao currículo da USP.
Para parar de gerar polêmica neste campus pedi que os
alunos fizessem uma resenha crítica dos capítulos em questão de minha
obra acadêmica “ Pedagogia dos Orixás” e que indicassem baseado em
autores igualmente da academia o que era inapropriado para o uso em um
curso de Pedagogia.
Alguns dias depois fui alertado pela Secretaria do Campus
que os alunos de uma destas salas do noturno na qual lecionava estavam
indo reclamar da religiosidade do título do meu livro (que é uma
dissertação acadêmica) e me sugeriu para que não descontentasse os
alunos, o que é uma diretiva do Grupo Ser a passar somente as páginas
dos capítulos em questão sem mostrar o título Pedagogia dos Orixás, ao
que me neguei e reforcei que justificassem academicamente a partir de
autores onde havia conteúdo inapropriado para o uso em um curso de
Pedagogia a partir de uma resenha crítica.
Bem os alunos fizeram, contudo uma aluna me alerta que
haviam outras alunas que estavam combinando me avaliar mal em
retaliação ao fato de tê-las obrigado a ler meu livro “ religioso”
segundo elas.
Nas áreas dos campi que lecionava 80% da comunidade é
evangélica neopentecostal e não me admira nada se descobrir no futuro
que tal combinado tenha sido feito em um culto de igreja igualmente
neopentecostal como proliferam pelas regiões e toda periferia da Grande
São Paulo.
Em outro campus peço que seja feita a mesma resenha dos
mesmos capítulos do meu livro “ Pedagogia dos Orixás” em Sociologia da
Educação e Psicologia da Educação e a representante que é evangélica
juntamente com outra aluna me pedem para que lhes dessem outros livros
pois estavam impossibilitadas de fazer a resenha crítica de tais livros
por razões religiosas devido ao fato de minha dissertação acadêmica
falar sobre Orixás e elas serem evangélicas. Cito o caso de Weber que
tem a palavra Protestante em um dos livros e nem por isso o clássico da
Sociologia é um livro religioso e elas falam que neste caso era mais
importante o Protestantismo e isso justificava o uso de Weber.
Dizem que não podem fazer a resenha de meu livro acadêmico
por eu ter na dedicatória da minha dissertação dedicado o meu anel de
pós graduação e minha obra a meus ancestrais africanos na figura de
Xangô da qual tenho descendência e é a minha origem mais nobre da corte
de Oyo que descendo por linhagem materna em uma sociedade matrilinear. (
Para elas era coisa do demônio). De qualquer forma disseram que não
fariam a resenha de um livro dedicado aos Orixás (que para elas era o
demônio) nem a mães de Santo como Mãe Stella e Oba Biyi que tem uma
função histórica no combate ao Racismo no Brasil.
Falei que aquilo era um ato racista contra os valores
civilizatórios africanos de meus ancestrais e que me sentia fortemente
ofendido por ver agredida pelo fundamentalismo religioso minha origem
mais nobre de onde herdei meus principais valores civilizatórios pois se
estivesse falando de origens e mitos europeus isto não aconteceria ao
que elas se surpreendem e se ofendem fortemente motivando uma campanha
entre as demais alunas evangélicas para que não fizessem a resenha e
dizendo que não era racismo de forma alguma.
Bati firme na questão e disse que se quisessem podiam ir à coordenação ou mesmo à Justiça que não mudaria o livro.
Na semana seguinte sou questionado pela coordenação para que
me retrate frente as alunas da sala devido a uma série de insatisfações
levantadas pela representante (a mesma que me questionou quanto ao
livro) pois era uma diretiva do Grupo Ser não deixar os alunos
insatisfeitos. Entre os pontos estava a questão de elas não estarem
satisfeitas com o feedback que dei sobre o uso do meu livro acadêmico “Pedagogia dos Orixás”
e que me retratasse frente as alunas por ter obrigado tal uso com a
pressão pra que mudasse de atividade para que as alunas não ficassem
insatisfeitas para assim seguir a diretiva do Grupo Ser.
Me revoltei com tal atitude e disse que se alguém tinha que
se justificar frente ao caso eram as alunas que questionavam o uso de
uma obra acadêmica por razões religiosas e que era inadmissível e mesmo
ilegal e criminoso frente ao conceito de laicidade do Estado que eu
tivesse que me retratar frente a alunos pelo uso de uma obra acadêmica
por razões de cunho religioso que ofendiam inclusive os valores
civilizatórios africanos historicamente constituintes de nossa
civilização e identidade nacionais.
Deixo bem claro isso que aquele ato era criminoso frente o
conceito de laicidade do Estado e que aquilo contrariava estes
princípios e devido a pressão sofrida para que os alunos não ficassem
descontentes segundo as diretivas do Grupo Ser, deixando claro que o
caso era passível de denúncia ao Ministério Público me vejo obrigado a
mudar de atividade e preparo um questionário sobre laicidade e
diversidade para aplicar nas salas para poder diagnosticar o quanto os
alunos daquela instituição conheciam estes conceitos.
No dia seguinte em retaliação pela Coordenação levo uma
advertência frente a Diretoria de Área de Humanas do Grupo SER por
diversos fatores principalmente por supostamente ter mudado o programa
sem o consentimento da Coordenação ( o que não é verdade) e sou
informado que minha avaliação institucional por parte dos alunos dos
campi estava muito abaixo da média dos outros professores (que não
“desagradaram” os alunos) e na sequência com o pedido de disponibilidade
de horário para o semestre seguinte sou informado que o critério
principal para atribuição de aulas seria a avaliação institucional dos
alunos.
No dia de aplicar a prova e questionário para esta turma a
qual tive que me retratar por ter usado meu livro acadêmico Pedagogia
dos Orixás, a representante, por razões religiosas, se recusa a
responder este questionário sobre laicidade e diversidade e, igualmente,
por razões religiosas incita as alunas evangélicas a não responderem
em que é seguida por diversas alunas e declara frente a todos na sala
que podem testemunhar de forma desrespeitosa e agressiva que estava
fazendo aquilo para salvar meu emprego (deixando evidente que as
insatisfações levadas à coordenação tinham o propósito que perdesse o
emprego) e que não responderia o questionário pois ficou profundamente
incomodada com a minha dedicatória de meu anel de pós-graduação e minha
obra acadêmica a meus ancestrais de origem africana na figura de Xangô
assim como as autoridades de comunidades tradicionais e ao patrimônio
histórico nacional que é o Ile Ase Opo Afonjá em Salvador a quem fazia
agradecimentos da pesquisa.
Ao sair da sala como todos são igualmente testemunhas ela me
ameaça e diz que se marcar o nome dela em algum questionário que o
caso sairia dali e vai em comitiva reclamar à Coordenação que eu estava
obrigando-as a estudar sobre Orixás (e que para elas era errado por ser
coisa do demônio) ao que não há uma resposta positiva e então reclamam
que a prova estava muito fácil que todo mundo foi muito bem e terminou
muito rápido e que não se sentiram avaliadas. Levam isso à Coordenação
alegando que eu dei as respostas da prova por ter aplicado um
questionário com perguntas semelhantes na aula anterior de revisão que
fizera que faz com que eu tenha de me justificar a pedido da
Coordenação à Direção de Área, sobretudo, por deixar as alunas
insatisfeitas e contrariar as diretivas do Grupo Ser. Preparo então
outra prova do mesmo tema para ser aplicada a estas alunas que se
sentiram descontentes por não terem se sentido avaliadas, contudo elas
se negam a fazer e um grupo de alunas vai à Coordenação dizer que estas
alunas revoltadas de fato por eu lhes obrigar a ler meu livro acadêmico
“ Pedagogia dos Orixás” mentiam quando diziam que havia dado respostas.
De qualquer forma o único punido fora eu, nada aconteceu a
estas alunas, pois pela diretiva do Grupo Ser os alunos não podem ficar
insatisfeitos.
Nos questionários entre as perguntas que faço ainda é
alarmante em pleno século XXI o número de alunos destas turmas do 5º
semestre que não sabe o que é Laicidade, que não acham errado orar em
sala de aula e que afirmam que mesmo trabalhando em escola pública terão
esta prática frente aos alunos. Também é relevante o número de alunos
que não respondeu o questionário de diversidade e laicidade por questões
religiosas para não expor sua opinião assim como os que se recusariam a
falar em mitologia africana (Orixás), mas não se recusariam a falar em
mitologia nórdica e helênica alegando que no caso dos Orixás se trata de
religião. Também é relevante o número que não considera racismo, mas
justificável por razões religiosas, não falar em mitos e valores
civilizatórios africanos em sala de aula como pede a lei federal
10639/03 o que indica razões pelas quais a laicidade não é respeitada na
Educação Pública assim como os valores civilizatórios africanos
fundadores de nossa civilização nacional são igualmente negligenciados
devido ao fundamentalismo religioso sobretudo neopentecostal apesar da
legislação neste sentido assim como o caráter laico da educação pública.
Ao fim do período de provas sou chamado pela Coordenação que
informa sobre meu desligamento do grupo SER devido ao fato de não me
adaptar ao que chama “perfil cultural” dos alunos dos campi e que meu
perfil é para os padrão cultural dos alunos de Universidades como a USP (
onde ao contrário do que aconteceu na UNG tenho altíssimo nível de
aprovação entre os alunos de pós graduação usando somente minhas obras)
o que ocasionou minha baixa avaliação institucional, resultado de
minha demissão, que chegou a admitir que teve influência de racismo e
preconceito conforme chegou a discutir com determinados representantes
de sala. Afirma que minhas aulas e programa tinham um nível muito
superior ao capital cultural dos alunos da instituição que na verdade
reclamavam a volta do currículo de educação tecnicista e que este
“descontentamento” por parte dos alunos com um currículo que traz
repertório cultural e temas inquietantes da diversidade também foram
razões para minha baixa nota na avaliação institucional e que voltaria a
aplicar o currículo tecnicista a pedido pelos alunos, (alguns alunos
raros que gostavam da questão do repertório cultural também chegaram a
me dizer e que ocorreu o mesmo com outros professores que não seguiam o
currículo da formação tecnicista). Também afirma que fora diversas vezes
questionada pela Reitoria devido ao uso de minha obra acadêmica
“Pedagogia dos Orixás” devido a reclamações que aí chegaram por
autoridades (que não soube explicar quais eram , mas posso mesmo
imaginar) e que isto também pesou no quadro em geral.
Independente do que possam vir a alegar quanto minha
demissão, é fato inegável a ilegalidade do ato em pedir que me
retratasse frente a alunos devido ao uso de uma obra acadêmica
autorizada pela Coordenação a integrar o currículo por razões religiosas
o que não condiz com as regras da academia e fere o princípio de
laicidade do Estado o que já é suficiente para uma ação junto ao
Ministério Público.
Agradeço a todas entidades políticas, do Movimento Negro e
das Comunidades Tradicionais que estão se manifestando e se
manisfestarão em repúdio ao ato de racismo, ofensa à laicidade e aos
valores civilizatórios africanos na Educação por todo o Brasil, pois
como aconteceu comigo, acontece com diversos professores que defendem
estes valores e a laicidade Brasil afora conforme sabemos.
O repúdio a este ato gerou reações até mesmo do outro lado
do Atlântico por parte das autoridades africanas que reconhecem minha
obra como integrante do Renascimento Africano e representante dos
valores civilizatórios africanos na Educação.
A Família Real do Daomé representada pelo herdeiro do trono o
príncipe de Abomey Serge Guézo, descendente direto do Lendário Rei
Guézo e de Na Agontimé, fundadora do Candomblé Jeje no Brasil como
detalha o documentário de Pierre Verger quando foi desterrada ao Brasil
como escrava e também tida como uma das precursoras da tradição do
Tambor de Mina está colocando o assunto na pauta do Manifesto do Evento
do Bicentenário do lendário Rei Guézo no qual autoridades tradicionais e
intelectuais africanos discutirão suas questões.
O que mais deixou revoltada a família real do Daomé que
reconhece em minha obra a defesa dos valores civilizatórios africanos na
Educação foi o fato de uma mulher negra que talvez nem se declare negra
repudiar e odiar os próprios ancestrais míticos de seu povo. Recusar a
ancestralidade para um africano, independentemente da sua religião é
negar um valor civilizatório central e o próprio senso de humanidade que
o constitui criando um estado de barbárie inaceitável em uma sociedade.
Ancestralidade é Memória e Memória é Resistência assim afirmo em minha
obra que por isso é reconhecida por estas autoridades como
representantes do Renascimento Africano e, um povo que nega a
ancestralidade ofende a Memória Histórica Nacional e por não resistir se
descaracteriza, e isto é o que mais os deixou tristes.
Como reação à agressão aos valores civilizatórios africanos
na Educação reconhecida por esta família real em minha obra, o príncipe
de Abomey Serge Guézo está refazendo o pedido de restituição do trono do
rei Andadozan que foi enviado pelo rei Guézo ao Brasil no século XIX em
uma missão diplomática do Daomé na busca da rainha Na Agontimé
fundadora da Nação Jeje do Candomblé usando mais este argumento e em ato
de repúdio a ofensa aos valores civilizatórios africanos presentes em
minha obra.
Além de pertencer historicamente ao Benin por ser um
elemento de culto aos príncipes de Abomey, esta ação segundo o príncipe
Serge Guézo visa ser uma reação de repúdio que chame a atenção das
autoridades para a agressão que os valores civilizatórios africanos
presentes em minha obra sofreram assim como sofrem todos professores que
as defendem de forma heróica em nosso país. Também é um repúdio à
invasão de nossas casas de matrizes africanas assim como sua ancestral
Na Agontimé fundou no Brasil guardiãs de nossos valores civilizatórios
para resistir ao ódio religioso, muitas vezes inclusive, de negros que
foram privados de ter o contato com os seus valores ancestrais (uma
outra razão de minha obra reconhecida pela família real do Daomé )
independentemente de suas religiões.
Também é um ato simbólico de solidariedade aos que lutam
contra o genocídio da juventude negra de todas as formas muitas vezes
privadas de seu patrimônio civilizatório e, igualmente, como uma forma
de repúdio a este genocídio.
Ao ser publicado este artigo a Família Real do Daomé levará o
caso de agressão aos valores civilizatórios africanos na Educação
representados em minha obra como denúncia a Comissão das Nações Unidas
dos Direitos Humanos e a Comissão do Decênio dos Afrodescendentes por
representação do Benim.
Além desta a Família real de Savè na figura do rei de Savè
que também reconhece minha obra como representante do Renascimento
africano, descendente direto de Odudwa, está mobilizando as autoridades
reais de origem yorubá no Benim e Nigéria para um ato de repúdio.
E por fim os estudantes das Universidades do Panafricanismo
na África que usam meu trabalho como referencia e que os oriento dentro
do mesmo estão divulgando a informação entre os outros estudantes para
um ato de repúdio.
Ou seja , não estamos sós.
Em agradecimento a todos que se importam com esta causa
deixo os links dos meus livros sobre Renascimento Africano e valores
civilizatórios africanos para download e consulta gratuitamente (academia.edu), pois creio que intolerância, ódio e fundamentalismo só se combate com conhecimento.
Indico, igualmente, a Obra de minhas precursoras Conceição
Oliveira ( África, tantas Áfricas ) e Vanda Machado (Ire Ayo) como
representantes destes valores civilizatórios africanos na Educação.
Lembrando de minhas raízes, pois como diz a tradição ancestral “ A raiz sagrada do Iroko é sempre a Sagrada raiz do Iroko”.
IFE WON OMO IYA MI (AMOR MEUS IRMÃOS)
IVAN POLI (OSUNFEMI ELEBUIBON), AUTOR DO RENASCIMENTO AFRICANO
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